Elos- Capítulo 03.

Cena 01- Mansão de Tião/ Interior/ Madrugada.

Tião se senta: Estou esperando as respostas. Onde vocês estavam até agora? O que aconteceu que eu não posso saber?!

Alexandra, sem jeito: Meu amor, eu não quero te aborrecer...Já tivemos tantos problemas com essa festa...Tiros e tudo mais...

Liana respira fundo: Se fosse festa chique, certeza que não teria acontecido nada disso...

Tião: Alexandra, nós nunca tivemos segredos. Exijo que me conte o que aconteceu. Eu tenho direito de saber.

Alexandra inventa: Tudo bem...É que Liana e eu descobrimos que um dos convidados conseguiu entrar no nosso quarto. E levou um relógio precioso seu, e um colar de pérolas, aquele que me deu nas nossas bodas de papel.

Tião, preocupado: Porque não me disse isso antes, Alê? Eu teria acionado a polícia...Mas vocês foram atrás dele? Isso é arriscadíssimo!

Liana continua com a mentira: Nós fomos e recuperamos os objetos roubados, nem queira saber como...

Tião: Vocês se arriscaram demais, que perigo! Da próxima vez vou contratar seguranças para revistarem os convidados, impedindo que outro desastre desses aconteça. Tentaram atirar em mim, mas quem acabou ferido foi um rapaz que estava na festa fugido da polícia! Fora que acharam sangue no banheiro...Ah, que noite foi essa...

Liana debocha: Sangue? Alguma mulher devia estar naqueles dias...

Alexandra o conforta: O que importa é que ninguém morreu. Estou exausta, vamos dormir?

Tião se levanta: Claro, mas cadê o colar e o relógio que vocês recuperaram?

Alexandra fica nervosa: Eu...Te mostro no quarto- Ela sobe as escadas.

Tião sobe em seguida: Essa noite foi um verdadeiro rebu.

Liana: Ah, é isso! O Rebu. Essa era a novela que tinha um corpo na piscina.

Tião não entende: Está falando do quê, irmã?

Liana: Assuntos complicados demais para seu entendimento, querido. Vamos descansar que é melhor...Não tenho mais idade pra tanto agito.

ELOS- CAPÍTULO 03.

Roteiro: Victor Morais.

Cena 02- Hospital Recife/ Corredor/ DIA SEGUINTE.

Delegado: Eu ainda não me conformo com a sua atitude, deputado...- Ele suspira- Tanto tempo para pegarmos esse bandido, aí você decide “apadrinha-lo” dessa maneira...E soltar o delinquente? Está prestando um grande desserviço a todos.

Tião sorri: Você que se engana. Já disse que Marcus está sob minha responsabilidade, e garanto que não teremos problemas com ele. As pessoas mudam, delegado.

Delegado: E também enganam, deputado Tião. Mas como o senhor é uma figura de muito respeito entre todos nós da polícia, vamos acatar o seu pedido, mas se houver qualquer problema com o garoto, não hesite em nos acionar. E não esqueça que isso foi uma troca de favores...- Ele sai.

Peninha e Suspiro chegam.

Peninha: Bom dia, senhor Ricão do Povão- Ele cumprimenta Tião- E o Marcolino? Vai ser liberado?

Marcus sai do quarto, acompanhado por policiais, e ainda com o braço engessado.

Peninha se aproxima: MARCOLINO! Você não sabe o quanto eu estava ansioso pra te rever- Ele puxa a orelha do rapaz- Passei terríveis momentos numa cela imunda ontem, por culpa sua...Legal, né?

Suspiro contém ele: Vamos deixar as brigas pra depois, compadre- Ela olha para Marcus- É bom saber que você mudou, Marcus. Vida de bandido não compensa. Não conheço nenhum que tenha passado dos 35. Sua mãe vai ficar feliz quando souber, vamos telefonar pra ela hoje mesmo.

Marcus agradece: Mas nada disso estaria acontecendo se não fosse o Tião. Eu devo muito a ele. Ninguém coloca tanta confiança em uma pessoa como eu assim, de uma hora pra outra. Sorte que ele tem alma de ouro.

Tião ri: Pare com tolice, eu apenas saquei quem você era- Eles andam- Quando você sarar do braço, volte a me procurar. Tenho um emprego pra lhe oferecer. E pra você também, Peninha.

Peninha, deslumbrado: O senhor parece até um anjo que caiu do céu. Onde guarda as asas?- Ele dá um forte tapa nas costas de Tião.

Tião abre a carteira: Marcus, esse dinheiro é pra você recomeçar a vida aqui em Recife. Use-o com prudência. E quando for necessário.

Marcus nega: Eu não posso aceitar...          

Peninha entra em sua frente: Mas que bobinho, é claro que pode, e VAI aceitar- Ele pega a grana- Obrigado, senhor Tião. Não existem palavras pra descrever o que sinto quando você toma atitudes como essa.

Suspiro: Ganância. Essa é a palavra.

Tião dá seu número de telefone: Bem, já que estão de carro, eu vou indo, tenho assuntos políticos para resolver, como os estragos que a chuva fez na estrada- Ele entrega uma chave a Peninha- Recuperamos sua caminhonete, está lá fora também. Tchau e até breve.

Peninha, feliz da vida: ATÉ!- Ele sorri- Eu até te bateria, Marcolino, mas agora que estou com emprego garantido e minha caminhonete de volta, vou relevar- Eles andam rumo ao estacionamento- Espero que a polícia não tenha roubado meu CD autografado pelo Reginaldo Rossi quando revistaram o veículo...Aqueles nojentos.

Marcus ri: Autografado pelo próprio Reginaldo Rossi? Duvido.

Peninha: Acredite se quiser, Marcolino Bandeirola. Eu já trabalhei como garçom por muito tempo, se lhe convém. E num desses shows, o Reginaldo dedicou uma música pra mim, e ainda autografou o meu CD! O dia que esse homem morrer, eu morro junto.

Suspiro: O dia que você bater as botinas, o mundo vai ficar mais quieto.

Peninha: E a vida de vocês vai ficar mais depressiva.

Suspiro: Falando sério, Marcus, eu tô muito feliz com a sua atitude. Parabéns por ter renunciado ao mal...- Ela vê alguém no corredor do hospital- Ué...Só um minuto, rapazes, eu volto logo- Ela se aproxima de uma conhecida- Susana, é você?

Susana se vira: Oi Suspiro...

Suspiro, preocupada: O que você tá fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa com sua mãe?

Cena 03- Mansão de Tião/ Interior/ Cozinha/ Dia.

Liana bebe chá: Você teve sorte que Tião acreditou na sua história heroica, cunhada. Quase que ele descobre sobre o...Causo de ontem- Ela ri.

Alexandra: Que causo? Escuta, Liana, pro meu bem e pro seu, não aconteceu NADA ontem à noite, além do que eu disse para Tião. Não esqueça que até as paredes tem ouvidos- Ela come.

Gordênia surge: Dona Alexandra, tem um homem lá fora querendo falar com a senhora, mas ele se recusa a entrar...

Alexandra se levanta: Vou ver quem é- Ela sai.

Liana: E eu também- Ela a segue, silenciosamente.

No jardim...

Alexandra se aproxima de Gaspar: Mas o que você tá fazendo aqui? A polícia ainda deve estar rondando a região a sua procura! A festa ontem tava cheia de bandido mesmo...

Gaspar range os dentes: Eu vim aqui buscar o combinado. Atirei no tal Felipe, agora quero o meu dinheiro...Espero que não esteja tentando me dar um golpe, madame. Pro seu bem.

Alexandra: Olha, deve estar havendo algum engano. Eu matei o Felipe. No banheiro, durante a festa. Ontem de madrugada enterrei ele numa cova improvisada...

Gaspar: Como é?

Alexandra: Você ainda não percebeu, boboca? Atirou na pessoa errada. O serviço sujo sobrou pra mim. E eu vou te falar, deu um trabalho do cão, por isso não vou te pagar! Sorte sua, que não te denuncio pra polícia!

Gaspar, furioso: Quem tem sorte aqui é você. Eu podia acabar com tua raça agora mesmo...- Liana ouve tudo- Mas vou relevar- Ele entrega um cartãozinho- Esse é meu contato, caso precise dos meus serviços de novo- Ele sai correndo pela rua.

Liana termina de beber seu chá: Ora ora...Parece que tenho outro trunfo contra a minha estimada cunhada Alê! Quer dizer que ela contratou alguém pra matar o tal Felipe...Começamos bem o dia, muito bem.

Cena 04- Hospital Recife/ Corredor/ Dia.

Suspiro afirma: Está decidido, Susana. Você, sua mãe e seus irmãos vão ficar na minha pensão pelo tempo que for necessário, até que se recuperem. Imagine, é o mínimo que eu poderia fazer. Conheço vocês há anos, gosto de todos...Não os deixaria desamparados justo agora...

Susana a abraça: Muito obrigado, Suspiro. Eu não sei o que seria da gente sem você...Estamos, literalmente, sem chão. Sem perspectiva, sem rumo...

O médico aparece: A dona Marcelina já está liberada para ir. Precisamos desocupar os quartos, pois novos desabamentos aconteceram, a situação está caótica- Ele anda- Podem vir busca-la no quarto...

Suspiro: Eu vou lá avisar meus outros hóspedes que a gente vai demorar um pouco mais. Já volto- Ela sai.

No quarto de Marcelina...

Susana entra: Mãe...

Marcelina está em pé, olhando para a janela: E agora, Susana...- Ela se vira- Onde a gente vai morar?

Susana: A Suspiro soube da gente. Ela nos ofereceu a pensão. E eu aceitei...

Marcelina sorri: Graças a Deus, mas...Até quando, minha filha? Até quando vamos ter que ficar dependendo da compaixão dos outros? Tudo que eu construí com tanto suor foi levado como se fosse um monte de destroços sem importância...Eu não sou mais nada.

Susana: Não fala isso, mãe. Nem que demore, nós vamos nos recuperar. Agora vamos embora- As duas saem- Tá na hora da gente começar uma nova vida. Nada acontece por acaso...Talvez Deus esteja testando a gente. E temos que passar por esse teste.

Jucy entra: Eu fui no quarto do Guga e ele não está lá! Já procurei por todas as alas do hospital e até agora nada dele!

Susana suspira: Deve ter tido uma crise...

Marcelina, preocupada: O que aconteceu com o Guga, minha filha? Estou tão atordoada que esqueci de perguntar por ele...Coitado...

Susana hesita: O Guga...Ah, não sei como te falar.

Marcelina: Pelo amor de Deus, o que aconteceu com o meu filho?

Susana conta: Amputaram o braço dele, mãe.

Marcelina fica em choque.

Cena 05- Mansão de Tião/ Interior/ Dia.

Tião surge: Só vim trocar de roupa mesmo, passei no meu gabinete mas já vou voltar para o hospital, dessa vez por uma causa mais nobre. Verei o que posso fazer pelos atingidos pela chuva. Alguns ficaram sem casa, e gravemente feridos...

Alexandra lê uma revista: Que pena. Se acontecesse comigo, eu me matava de vez.

Tião a beija: Que horror- Ele ajeita a gravata- Não quer ir comigo, meu amor? Alguns dos atingidos precisam de conforto psicológico também...

Liana aparece: Eu vou com você, irmão. Adoro ver tragédia alheia- Ele a olha- Digo...Eu adoro dar conforto psicológico a pessoas menos favorecidas e recém traumatizadas...- Ela sobe as escadas- Só vou pegar minha bolsa.

Alexandra: Agora você já tem companhia. Pra esse hospital não vou. Já tenho problemas demais, não consigo lidar com problemas dos outros- Ela se levanta- Boa sorte com os moribundos, diga a eles que mandei um beijo.

No carro...

Liana se olha no retrovisor: Nunca vou entender por quê você não contrata um motorista particular. Nas novelas, todos os poderosos tem um.

Tião: Eu não tenho essa frescura, e sou muito hábil ao dirigir. Fora que não estamos em uma novela, irmã- Ele respira fundo- Foi bom você ter vindo comigo, pois preciso tratar de um assunto urgente, e delicado. Delicado demais para ser tratado com Alexandra...

Liana passa batom: Que assunto é esse? Algo relativo a economia?

Tião para o carro: Não, Liana. É que...Eu tô doente.

Liana: Doente?- Ela não sabe o que falar- Mas é algo grave, Tião?!

Tião conta: Câncer- Ela fica chocada- Na cabeça. E não há tratamento para o meu tipo, que é o mais grave de todos. Lembra daquelas dores fortes que eu sentia de um lado da cabeça? Pois bem, era o maldito C.A. Os exames comprovaram.

Liana: E quando você descobriu isso? Por que não contou pra gente?!

Tião: Não faz nem um mês, Liana. O doutor fez questão de deixar claro que não há cura, e não me deu nem seis meses de vida...Estou trabalhando ao máximo, fazendo caridades, aproveitando minha vida de casado enquanto posso...Mas uma hora ou outra, Alexandra vai precisar saber. Então eu queria saber se posso contar com sua ajuda, para enfrentar esse problema, até o fim- Ele se emociona- Temos nossas diferenças, mas nessas horas precisamos nos unir.

Liana pega em sua mão: Conte comigo. Felizmente, nessas horas, tenho sangue mais frio do que os outros costumam ter. Vou te apoiar em todos os sentidos, irmão...Até a hora da sua partida chegar- Ela sorri- Você está certo em aproveitar ao máximo. É o que lhe resta, se não há outra solução.

Tião: Obrigado, Liana. É bom saber que você se importa comigo. Vamos enfrentar isso de mãos dadas, e sem mais chororô- Ele volta a dirigir- Nesses meus últimos meses de vida, quero deixar um legado para a política de Recife e fazer uma doação enorme a quem precisa.

Liana, cínica: Faz bem, muito bem- Ela se vira para o outro lado e não esconde a felicidade.

Cena 06- Hospital Recife/ Ext./ Dia.

Marcelina acha Guga no estacionamento do hospital. Olhando para a praia lotada, que se localizava em frente a propriedade.

Marcelina se senta ao seu lado: Filho...Conseguimos um lugar para ficar- Ela tenta não reparar no braço amputado.

Guga, amargo: Um lar pra desabrigados? Alguém teve piedade da gente?

Marcelina o acaricia: Não fala dessa maneira...A Suspiro cedeu a pensão dela. Vamos ficar lá até...

Guga, ainda sem encará-la: ATÉ nós conseguirmos nos reerguer, aposto que é isso que você vai falar. Você, a Susana, a Jucy. Parecem cegas. A gente nunca vai conseguir NADA! Não tínhamos praticamente nada naquele barraco, mas agora piorou...Ah, a vida sempre dá um jeito de piorar. Éramos pobres, agora somos miseráveis, E NUNCA VAMOS DEIXAR DE SER- Ele chora de ódio- Tá querendo olhar pro meu braço amputado? Não precisa disfarçar, mamãe, TODOS AGORA QUEREM OLHAR PRA MINHA DESGRAÇA E TER PENA DE MIM! EU SEMPRE VOU SER UM OBJETO DE PENA PROS OUTROS, O COITADINHO, QUE NUNCA VAI TER NADA!

Marcelina: Não fala isso, eu não admito! Você e suas irmãs vão vencer na vida, eu tenho certeza disso. Mas sua revolta é compreensível, eu não te culpo...Só não deixa esse braço amputado te atrapalhar no futuro.

Guga se levanta: Eu não tenho futuro. Já não tinha antes, agora pior ainda...

Marcelina suspira: O médico te deu alguma recomendação?

Guga mostra um papel amassado: Vamos logo pra nossa “ casa nova”, não aguento mais ficar aqui...

Marcelina pega em seu ombro: Filho. Dói muito mais em mim, que sou sua mãe.

Guga é ríspido: Não me olha com esse olhar de piedade de novo. EU NÃO QUERO NINGUÉM TENDO PENA DE MIM!- Ele grita- Ou então eu fujo, e ninguém nunca mais fica sabendo notícias minhas...

Cena 07- Hospital Recife/ Interior/ Dia.

Suspiro e Susana esperam Marcelina e Guga.

Susana: Espero que minha mãe ache meu irmão...Ele tá tão triste por dentro, eu sinto. Mas tem uma camada de revolta que esconde isso.

Jucy chega: Susana, acho que tenho a solução para os nossos problemas! E ela está nesse hospital!

Susana estranha: Tá falando do quê, Jucy?

Jucy conta: Tem um político visitando as vítimas da tragédia aqui no hospital, o deputado que deu a festa ontem, Tião do Povão. No corredor tava todo mundo comentando que ele é muito bondoso, e vai distribuir moradia pra população...Temos que falar com esse homem!

Susana: A mamãe odeia esse homem, Jucy. Ela disse que ele é falso! Político é tudo igual!

Suspiro nega: O Tião é diferente, Jucy está falando a verdade. Digo isso porquê conheço ele. Inclusive o vi hoje mesmo aqui, mas em outra situação. Vão falar com o homem, quem sabe ele consegue algo pra família de vocês. Não custa tentar.

Susana confirma: Tudo bem...Vamos atrás dele e voltamos já- As duas saem.

Pouco depois, Marcelina chega com Guga.

Marcelina: Pronto, comadre, já podemos ir- Elas se abraçam- Nunca vai ser suficiente o meu agradecimento por você ter nos abrigado.

Suspiro sorri: Acho que não vão ficar na Suspirela por muito tempo- Marcelina não entende- Calma, eu explico. Susana e Jucy foram atrás de um deputado muito bondoso chamado Tião do Povão que está no hospital... Ele provavelmente vai ajudar vocês!

Liana circula pelo mesmo corredor e reconhece Marcelina.

Marcelina, desesperada: Elas...O QUÊ? NÃO PODE SER! Além da festa, ainda querem procurar ajuda com esse deputado infeliz? EU NÃO VOU ADMITIR UMA COISA DESSAS.

Guga entra em sua frente: Mãe, CHEGA! Elas fizeram muito bem! O deputado pode nos ajudar! Pra quê tanta birra com esse homem? Isso já passou dos limites, e está inexplicável!

Marcelina, sem controle: EU NÃO VOU PERMITIR QUE ELAS SE APROXIMEM DESSE HOMEM- Ela sai correndo.

Suspiro não entende: Comadre, espera!

Guga: Minha mãe esconde alguma coisa relacionada a esse político, eu tenho certeza!- Ele constata.

Liana se aproxima: Com licença- Ela sorri- Desculpe o incômodo, mas é que eu tenho quase certeza que conheço aquela mulher que saiu correndo. Mas não me recordo o nome dela...Vocês podem me dizer?

Suspiro, desconfiada: É Marcelina. Porquê?

Liana finge: Ah, claro, eu estava em dúvida entre Mônica e Marcelina. Eu e ela já fizemos um curso de costura juntas- Ela mente- Era só isso mesmo, bom dia aos dois- E sai.

Guga: Eu não me lembro da minha mãe fazendo curso de costura...Deve fazer muito tempo- Ele se senta.

Cena 08- Hospital Recife/ Corredores/ Noite.

Tião conversa com um médico. Susana e Jucy se aproximam.

Susana, tímida: Deputado Tião...

Tião se vira: Pois não?- Ele a olha com sorriso no rosto.

Marcelina aparece e vê tudo do final do corredor: Não...Isso não pode acontecer- Ela fica angustiada- Tarde demais. Eu temia tanto essa cena.

Liana aparece atrás dela: Lindo o reencontro entre pai e filha, não é?- Marcelina se vira- Como vai, Marcelina? Ou eu devo dizer...CELESTE REIS?!

Marcelina arregala os olhos.

TERMINA O CAPÍTULO 03.