segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Elos- Capítulo 16.

Cena 01- Ruas de Recife/ Ext./ Noite.

Ricardo, apavorado: Eu preciso sair daqui...AGORA!- Ele pensa em correr quando o carro se aproxima.

Era tarde demais.

Dois policiais saem da viatura e cercam Ricardo, que a essa altura já está no extremo da palidez.

Policial: A gente recebeu uma denúncia- Ele palita algo- De tráfico aqui na região. E um homem andando sozinho à essa hora é um tanto quanto suspeito...

Ricardo disfarça: Estou indo rumo ao ponto de ônibus.

O outro policial é ainda mais incisivo: E na caixa? O que tem?

Ricardo tenta se afastar: É algo pessoal...

Policial: Não vem com esse papinho de “pessoal” não...Mostra logo, ou então vamos te revistar a força. E AÍ VAI SER PIOR.

Ricardo dá um passo para trás e sai correndo com toda a velocidade que pode, os policiais imediatamente começam a persegui-lo, cada qual com uma arma em mãos. O primeiro tiro é dado. Ricardo se abaixa. Não sabe para onde ir. As ruas vazias facilitam tudo. O homem segue para uma escadaria. Mais tiros.

Ricardo: MALDIÇÃO! QUE DROGAAAAA- Ele desce os primeiros degraus quando um tiro passa de raspão por sua cabeça e faz com que ele perca o equilíbrio. O marido de Jucy sai rolando pelos degraus, até chegar no final da escadaria.

A dupla de policiais desce sem pressa até alcança-lo. Ele, por sua vez, se contorce de dor.

Um dos policiais abre a caixa com um canivete e constata o esperado. Pacotes de drogas como maconha, cocaína, entre outras.

O policial balbucia: Eu não preciso nem dizer que...Tu tá preso.

Ricardo chora de ódio.

ELOS- CAPÍTULO 16.

Roteiro: Victor Morais.

Cena 02- Suspirela/ Int./ Quarto de Suspiro/ Noite.

Marcelina: Não queria te chocar dessa maneira, Munique, mas é melhor desconstruir essa falsa imagem de herói que você tem do seu pai agora, do que se decepcionar mais pra frente. Sua mãe foi presa por um assassinato que ela não cometeu. Armaram pra que ela fosse apontada como assassina. Seu pai fez parte desse grupo...Susana paga pelo crime até hoje, mas graças a Deus está prestes a sair.

Munique, prendendo as lágrimas: Nunca imaginei que meu pai fosse uma pessoa desse tipo...Meu Deus.

Marcelina: Pode até parecer que quero te envenenar contra ele, mas é a pura verdade, Munique! O Marcus é um monstro que, junto com a amante, Alexandra, destruiu a vida da minha filha e fez fortuna suja! Hoje ele está aí, prestes a lançar um hotel aquático, sei lá o nome...E a Susana continua na prisão- Ela começa a chorar.

Munique se contagia com a tristeza de Marcelina.

Marcelina prossegue: Ainda deram um jeito de raptar o filho da Susana na maternidade da cadeia, que no caso pode ser você... Não sei como, nunca consegui descobrir quem fez isso, e durante esses anos todos, sinto ódio interno só de pensar na cachorrada da qual minha filha foi vítima.

Munique: Estou horrorizado com tudo isso, de verdade. Meu pai...

Marcelina o corta: Pai não! Ele não merece ser chamado assim. Impai é mais apropriado. Maldito seja esse Marcus...Prometi a mim mesma não falar mais frases assim, mas de vez em quando escapa...- Eles se encaram durante um bom tempo- Não quero duvidar de você, mas se for mesmo o meu neto...Vai ser a maior alegria da minha vida.

Munique responde com um carinhoso abraço. Marcelina se sente mais aliviada. O olhar do jovem é de tristeza, diante de toda a história ouvida.

Cena 03- Suspirela/ Int./ Cozinha/ Noite.

O jantar é animado.

Suspiro se serve: Quer dizer que estamos diante da presença de uma cozinheira profissional? Se eu soubesse, teria caprichado mais!

Saskia ri: Não sou dessas, gosto de todo tipo de comida. Caseira então...

Alencar mal mexe no prato: Se eu oferecesse o jantar, teria caprichado mais, independentemente de ter uma cozinheira como convidada ou não...

A mesa fica em silêncio diante do comentário.

Rennê fuzila Alencar com os olhos: Desculpem o meu irmão, ele é assim mesmo...- E sorri, tentando amenizar o clima.

Suspiro dá uma gargalhada: Não tem problema. Falando em coisa boa, Rennê, você já conhece minha sobrinha Dani? Ela é linda, fala dois idiomas, prendada, é de sagitário...

Rennê bebe suco: Na verdade é a terceira vez que você me apresenta a sua sobrinha- Suspiro dá um tapa nos ombros dele, rindo como estivesse embriagada.

Munique e Marcelina chegam.

Peninha, de boca cheia: Comadre, venha se juntar a nós! Onde tem dez cabe onze! Finalmente a menina Dani fez uma comida decente.

Marcelina sorri: Não diga isso, eu conheço a comida da Dani e é ótima! Mas não posso aceitar, fiz janta lá em casa, só que não tão boa quanto a daqui- Ela olha para Munique- Foi bom te conhecer, amanhã nós vamos ao lugar que combinamos...Boa noite a todos vocês- E sai, recebendo uma chuva de ‘ boas noites’.

Suspiro acomoda Munique: Tenta convencer sua amiga a comer. E podem se servir, tem comida a vontade!! Munique está procurando os pais- Diz à Rennê- Os biológicos.

Rennê: Bem, eu posso te ajudar na parte jurídica. Sou advogado.

Alencar ri: Desculpem mas...Esse ser se chama Munique? Achei que fosse homem, as aparências realmente enganam...

Munique, sério: Eu sou homem e me chamo Munique, não vejo problemas quanto a isso. Cada qual com suas particularidades. Alguns com nomes incomuns, outros com maus modos a mesa- Alencar tira os cotovelos na mesma hora- Ei, Margot, come um pouco, você não pode ficar sem comer...

Margot dá uma sofrida garfada.

Dani muda o assunto: Amanhã eu vou no Monte Castelo Hotel me candidatar a uma vaga. Não como cozinheira, e sim recepcionista.

Peninha: Perdi a vontade de comer só de ouvir falar nesse hotel!

Ingrid completa: Eu quero ir também me candidatar!

Peninha: Isso é uma afronta a mim, Ingrid! Esse hotel é sinônimo de desgraça! Lhe proíbo!- Ingrid não o leva a sério.

Saskia termina a refeição: Estou pensando em ir lá, é bom que podemos ir todos juntos, no carro de Rennê. Acho que eles devem estar aceitando cozinheiras...Que tal todos numa caravana amanhã?

Suspiro tira algo do bolso: Eu apoio, aproveitem e distribuam esse cartão indicando a Suspirela como local para moradia- E entrega para Dani.

Margot se levanta: Com licença, eu vou ligar para minha mãe agora...- Ela disca o número e aguarda um pouco- Alô? Mãe?

Ellen, animada: Filha! Graças a Deus que se lembrou de mim. Como foi a viagem?

Margot fecha os olhos e inicia um contido choro.

Ellen: Filha? O que houve?

CORTA PARA:

Cena 04- Casa de Marcelina/ Int./ Sala/ Noite.

Jucy desliga a televisão: Pra cama já, senhor Caio, aliás, primeiro vá escovar os dentes. Chega de desenho animado. Isso é colorido demais pra mim.

Caio reclama: Mas ainda nem são dez horas! Cadê o papai pra me defender nessas horas?

Jucy olha no relógio: Eu é que pergunto, filho. Ele e sua vó sumiram- Marcelina abre a porta- Bem, ½ do problema solucionado.

Marcelina entra: Estava na Suspirela, nem imagina o que aconteceu, filha... Já jantaram?

Jucy: Há séculos, você nem pra avisar que ia sai...- O telefone toca- Deve ser Ricardo. Eu vou matar ele! Hoje é o dia de sair sem dar explicação?- E atende- Pronto, Jucy falando...Sim, sou eu. O QUÊ?

Marcelina se aproxima: O que aconteceu?

Jucy engole em seco: RICARDO FOI PRESO- Caio volta ao ouvir a notícia.

Cena 05- Haras dos Campestrini Ferrari/ Int./ Quarto de Luckas/ Noite.

Luckas rola de um lado para o outro na cama. Não consegue dormir: Droga... Ainda tô estranhando esse quarto- Ele suspira e sorri ao mesmo tempo- Vida nova! Quarto novo! Não vai demorar pra eu me acostumar... Com coisa boa a gente pega costume rápido.

Ele vê uma enorme agitação vinda da sala dos Campestrini Ferrari.

Luckas se levanta: Esses ricos não vão dormir e ainda ficam tagarelando... Ainda dizem que são finos- Ele calça um chinelo lhe dado por Fábio e sai andando pelo corredor.

Luckas vai para a cozinha dos empregados e abre a geladeira. O garoto pega vários itens, como chocolate, restos de bolo, um glacê e começa a comer tudo, sem pressa nenhuma. Ele escuta vozes de alguém no jardim, que era vizinho ao cômodo onde estava.

Miguel conversa com Fernie: Você não pode fazer uma coisa dessas com o Conde, minha filha! Já lhe disse que Gian é muito sensível, ele ouviu sua conversa com uma amiga, dizendo que pretendia romper o noivado e ficou muito abalado! Pensou em suicídio, o coitadinho...

Fernie ri: Coitadinho? Mas que exagero, papai! É verdade, eu estava falando com Andressa sobre um possível rompimento, e queria falar com o Conde sobre isso...Não tem motivo pra suicídio ou coisa do tipo. Que horror!

Miguel termina de beber algo: Mas você não vai fazer isso, certo? Seja sensata e volte pra sala, onde o Conde está lhe aguardando, seja gentil com ele. Essa possibilidade de rompimento não está em cogitação!

Fernie cruza os braços: Pai, você sabe em que século a gente está?- Ele não entende- É porquê você tem ideais tão antiquados que parece viver no século XIX. Não queria falar isso mas: Você não manda em mim, eu vou decidir se quero romper ou não, e meu sentimento pelo Conde não é nada profundo, por isso estou pensando seriamente no rompimento! Quem decide minha vida sou eu, e nem venha com a velha frase de que moro debaixo do seu teto. Isso não cola!

Miguel a pega com força: Fernanda Campestrini Ferrari, eu não admito rebeldia da sua parte! Estou falando sério, esse noivado não pode se desfazer só por que você ACHA que não gosta dele!

Fernie, furiosa: ME LARGA, PAI!- Ela se afasta- EU TÔ CHEIA DE VOCÊS QUERENDO DECIDIR A MINHA VIDA- E sai correndo.

Miguel vai atrás: VOCÊ NÃO PENSE EM ROMPER OU NOIVADO OU...

Fernie grita: OU... O QUÊ? VAI ME MANDAR PRA UM COLÉGIO INTERNO NA SUIÇA? FALA SÉRIO!- Miguel continua falando mas ela não escuta.

Luckas, ainda comendo chocolate: A família Ferrari é bem frágil- Ele dá um riso sarcástico- Interessante...Eu posso usar disso a meu favor. Aliás, eu posso não, eu vou! Afinal não estou aqui a passeio...

Destaque para a expressão dúbia do garoto.



Cena 06- Delegacia/ Int./ Noite.

Marcelina e Jucy estão sentadas em um banco, aflitas. Ricardo surge, todo machucado, mas já sem algemas. O delegado está ao seu lado. Ambas saltam ao ver o marido da segunda.

Marcelina se benze: Graças à Deus, delegado! Tudo não passou de um engano!

Delegado: Não é bem assim, dona Marcelina, eu só soltei o Ricardo porquê conheço vocês e frequento sua lavanderia há anos! Jamais iria imaginar que ele se envolvesse com esse tipo de gente...Relevei dessa vez. Mas isso não vai se repetir. Eu sou ético.

Jucy, perplexa: Quer dizer que a acusação de tráfico de drogas era verdadeira mesmo?- Ela leva as mãos a boca- Eu não acredito! RICARDO!

Ricardo, de olho roxo: Calma, meu amor...- Ele tenta uma aproximação.

Jucy é fria: Não encosta em mim, até essa história ser esclarecida! O Ricardo estava mesmo com drogas, delegado? É isso? Não foi um engano?

O delegado olha atentamente para todos: Infelizmente, dona Jucy, ele portava uma caixa com vários tipos de drogas e estava em lugar suspeito. Depois, tentou fugir dos policiais. Quando chegou nas minhas mãos o nome do traficante, fiquei em choque também! Afinal, são anos de convivência pacífica com todos da família Porto e Pompa...

Jucy, vermelha: Eu não tô acreditando...Meu Deus, me poupa dessa vergonha- Ela range os dentes para o marido- COMO VOCÊ PODE SER CAPAZ DE UMA COISA DESSAS, RICARDO?!

Marcelina a segura: Berros não vão adiantar nessa hora, filha. Eu acho que Ricardo tem uma boa explicação pra isso tudo...Não é?

Ricardo respira fundo: Eu fiz isso pra ajudar a nossa família, Jucy! Você estava reclamando que a gente ia fechar no vermelho esse mês, que as contas estavam apertadas...Fui atrás de um bico e não consegui nenhum, só esse, que era meio perigoso...Como eu não tinha muita opção, acabei aceitando! Acredita em mim, Jucy, eu só me meti nessa encrenca por um bem maior...Acabou dando tudo errado.

Marcelina: Mas eu disse que ia ajudar com o que fosse necessário! Da próxima vez, é bom que falem comigo! Já falei pra vocês dois não me tratarem como se eu fosse uma porta, eu também posso ajudar nos problemas, afinal, tenho pós-graduação em resolução de encrenca. E meu diploma pode ajudar a evitar situações como essas...

Ricardo: Desculpa por expor nossos problemas financeiros na frente do delegado- Ele dá um fraco sorriso.

Jucy corresponde: Não me assusta mais desse jeito, Ricardo. Mamãe está certa, somos uma família, e temos que nos apoiar, inclusive nos momentos de crise. Um bom diálogo podia ter evitado toda essa confusão. Eu ia te contar que consegui um lucro extra na lavanderia, então não vamos fechar no vermelho...Satisfeito?

Ricardo: Graças a Deus. Obrigado por tudo, delegado, prometo que só volto aqui pra trazer seu bolo de cenoura como prometi- Eles se cumprimentam.

O delegado: Vou ficar esperando, e não se mete em problema de novo, Ricardo! Mande lembranças pro Caio!

Ricardo: Pode deixar!- Ele, a esposa e a sogra se dirigem rumo à saída.

Jucy liga o velho carro da família: Todos a bordo, ainda tenho que passar na Suspirela para pegar o Caio! Preocupado do jeito que é, ele nem deve ter conseguido dormir... Ainda mais porquê disse que tava com uma dor nas costas, perto daquele sinal que a gente tem- Ela acelera.

Marcelina se dá conta: Repete isso, Jucy...

Jucy: Do sinal que a gente tem nas costas?

Marcelina, feliz: É isso! Todos da família tem um sinal nas costas, então se o Munique for mesmo filho da Susana, ele deve ter esse sinal também!! EU SABIA QUE DEUS IA ME DAR A PROVA!

Jucy não entende: Mamãe, ficar acordada depois das dez não te fez bem... Quem é Munique?

Marcelina, quase saltando de felicidade: Eu esqueci de te falar filha...Um suposto filho da Susana apareceu!

Jucy freia com tudo: O QUÊ?



Pouco depois...

Cena 07- Suspirela/ Ext./ Faixada/ Noite.

Ricardo pega Caio, que já dorme, no colo e leva a criança para o carro.

Suspiro conversa com Marcelina: Ele já foi dormir, comadre. Está meio abatido ainda, mas parece ser bom rapaz. A amiga dele se desmanchou em lágrimas depois que contou pra mãe da morte do irmão, e da fuga do outro irmão... É uma história muito pesada, tenho pena dos dois. Será muito bom se Munique for realmente seu neto.

Marcelina sorri: É o que vou descobrir amanhã, não precisa acordar ele... Gostei muito do Munique, é tão maduro, pena que parece fisicamente com o pai. Bem, amanhã cedo venho falar com ele. Boa noite.

Suspiro a cumprimenta: Boa noite, comadre mas...Como vai descobrir se ele é seu neto?

Marcelina: Amanhã você vai saber, comadre- Jucy buzina- Até!

No dia seguinte...

Saskia entra no carro, a pensão está agitada: As entrevistas já devem ter começado! Vamos logo pessoal!

Rennê entra: Sorte que o carro tem sete lugares, pelo menos nisso será útil.

Alencar faz o mesmo: Só quero te lembrar, Saskia, que estou indo procurar um emprego temporário enquanto aquele consumista do tio Arvô não chega para resolvermos logo a questão do testamento... Já disse que não quero me fixar em Recife. É temporário!

Saskia buzina: Tá, Alencar, já entendi- Ela coloca a cabeça para fora do carro- VOCÊS VEM OU NÃO? ÚLTIMA CHAMADA!

Suspiro ajeita Dani: Está linda, querida. Vá com tudo que vai conseguir a vaga de emprego! Ah, não esquece de distribuir os cartõezinhos da Suspirela! Vão chover hóspedes- Ela repara no carro- Rápido, senta do lado de Rennê, aproveita e puxa papo com ele.

Dani ri: Titia, eu não estou interessada nele...Fica bem, eu volto logo- Ela entra e senta-se ao lado do advogado.

Ingrid chega correndo: Eu também vou! Esperem- Ela coloca o salto-alto- Tchau Suspirinho, tchau tio Peninha! Me desejem sorte!

Peninha pega a chave de seu carro: Vão, podem ir traidores! O Monte CasCHATO Hotel espera todos vocês...Eles vão escravizar todos! Lerê lerê- Ele sai- EU VOU TRABALHAR HONESTAMENTE! Comigo não tem bajulation!

Munique consola Margot: Vai também, Marg, por favor! Mesmo que queiramos, não vai dar pra voltar pra casa nessas condições. A dona Ellen deve estar aflita mas não podemos fazer nada...Eu só não vou porquê o tal hotel é do meu pai, e não posso arriscar um encontro com ele depois do que minha avó me disse...

Margot, receosa: Eu não sei. Procurar emprego? Eu mal conheço essas pessoas e...

Munique: Só pelo jantar de ontem dá pra perceber que elas são de bem! Se quiser, eu vou com você- Ele pega na mão dela- Vamos?

No carro, Rennê coloca o cinto: Saskia, como não estou indo atrás de trampo, pode me deixar na praia, depois eu volto caminhando...

Saskia coloca os óculos: Você quem manda! Todos colocando o cinto!- Ela instrui.

Alencar o faz: Melhor mesmo, com Saskia ao volante, é sempre bom!

Saskia ri: Eu vou ignorar o comentário machista, já que eu dirijo melhor do que você, meu bem- Ela dá a ignição.

Munique bate no vidro: Cabe mais dois?

Saskia destrava a porta: Sempre!

Marcelina chega correndo: MUNIQUE!- Ela atrai a atenção do garoto- Munique, não vai, eu preciso falar com você, é urgente.

Margot sorri: Eu vou ficar bem...Pelo menos meus documentos não foram roubados, então acho que vão me aceitar na entrevista- Ela lhe dá um beijo no rosto- Até mais tarde!- E entra no carro.

Saskia liga o rádio: Tudo bem, rumo ao Monte Castelo Hotel!

Marcelina observa o veículo partir: Vamos pra minha casa, tenho que te contar uma coisa que pode ser decisiva- Ela acena para Suspiro e sai com o garoto.

Munique fica curioso.

Cena 08- Monte Castelo Hotel/ Recepção/ Int./ Dia.

Pessoas de diversas faixas etárias formam enormes filas na recepção, afim de conseguirem uma vaga de emprego no hotel. O salário era bom, por isso uma multidão havia acampado cedo para conseguir os primeiros lugares. No entanto, não era fácil conseguir um cargo. Testes estavam sendo realizados, e uma rígida entrevista.

Marcus passeia pela recepção até encontrar um dos organizadores: Will, se algum candidato estiver procurando vaga para GERENTE me avise, vou fazer questão de entrevistar. Até agora ninguém preencheu as qualificações.

Will consente: Tudo bem, senhor.

Saskia, juntamente com o marido e a trupe da Suspirela, chegam.

Saskia lê algo: A fila para o cargo de cozinheira é a mais curta...Sorte a minha, vejo vocês depois!- Ela sai.

Dani também: Eu vou pra de recepcionista. Me desejem sucesso!

Ingrid puxa Margot: Venha comigo, você pretende a de camareira, não é?- Margot sacode a cabeça- Eu também! Então vamos! Podemos ser amigas e colegas de trabalho! Seremos MADTPS- Melhores Amigas De Trabalho Para Sempre, ou até que uma de nós seja demitida, se é que vamos passar por essa entrevista...

Não muito longe...

João conversa com um amigo: Você é a única pessoa que eu conheço que comanda submarinos! Bem, então acho que o emprego já deve ser seu, não tem muita concorrência...

Mateus confirma: Aprendi com meu pai antes de ele morrer. Agora essa minha habilidade pode render um emprego- Eles saem andando- Eu vou me informar pra que fila devo ir, nos vemos depois...

João: Espero que sim. Ainda tenho que achar um lugar para me instalar aqui em Recife, e podemos dividir um quarto, se for preciso, ouvi dizer que muitos fazem isso.

Dani passa por eles: Ouvi falar em “instalação”? A melhor pensão de Recife tem vaga, é bom aproveitarem! Suspirela. Não fica longe daqui e cobra barato- Ela entrega dois cartazes e sai.

João e Mateus se entreolham, confusos.

Na sala de entrevistas...

Alencar entra: Com licença, eu vim para a vaga de GERENTE e me disseram que devia falar com o senhor.

Marcus: Sente-se- Ele faz sinal. Alencar lhe entrega o currículo e cumpre a ordem- Pois bem, senhor Alencar Caymmi...Boas recomendações, longa experiência...

Alencar sorri: Se me permite falar, eu tenho...

Marcus o para: Não, eu não te permito- O ambiente fica em silêncio- Eu comando as perguntas aqui- E analisa mais um pouco o currículo- Muito bem, Alencar, já deve conhecer o Monte Castelo Hotel, embora esteja na parte terrestre dele, por certo notou a extensão da minha preciosidade submarina.

Alencar concorda: É uma construção muito bonit...

Marcus o interrompe novamente: Eu não quero elogios. Não use o puxa-saquismo para meu lado, isso não me conquista. O ponto é: Acha que tem capacidade pra gerenciar essa propriedade?

Alencar: Plenamente. Eu já fiz trabalhos em locais maiores, com muitas pessoas, então tenho certo costum...

Marcus: Costume mata- Ele devolve os papéis- Felizmente gostei da sua descrição, e não me apareceu ninguém com melhores qualificações... Então vamos fazer uma experiência remunerada. Converse com um barbudo chamado Will, que está na porta, vai começar amanhã.

Alencar se levanta: Muito obrig...

Marcus abre a porta: Eu não quero agradecimentos. Vai, anda- Alencar sai, disfarçando o ódio por não ter conseguido completar uma frase sequer.



Cena 09- Lavanderia Porto e Pompa/ Int./ Dia.

Marcelina: Antes de eu abrir a lavanderia, queria falar com você, Munique. Tira a blusa, por favor, quero checar uma coisa.

Munique: A blusa? Tudo bem- Ele tira a camisa.

O coração de Marcelina acelera: Vira de costas...É que todos os Porto e Pompa tem um sinal bem marcante, perto do ombro, mais ou menos. E acho que se você for filho da Susana, vai ter o sinal! Não é um DNA mas...

Munique se vira de costas.

O sorriso de Marcelina some.


TERMINA O CAPÍTULO 16.
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4 comentários:

  1. O jeito ranzinza de Alencar havia de conquistar Marcus, mesmo. Até que combinam esses dois. O que não combina em nada é o bom humor da Saskia, prefiro ela com Rennê.
    Quem sabe ela se perca nos encantos do gentleman João, que já fez sua aparição... Mas seria uma pena, porque dizem que ele foi predestinado a Margot. Agora que soube da pensão, então... Dani, melhor quase cupido.
    E sobre a Marcelina, não tenho certeza do que ela viu. Esse expressão me confundiu... Mas mesmo que não tenha a marca, Munique é sim o filho de Marcus e Susana. Feliz ou infelizmente.

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  2. Meu Deus, o Ricardo. :O
    Estou com dó do Munique, descobrir horrores do pai assim... Coitado! Alencar nada inconveniente, né? Parece um velho. Por falar, Marcus deu uma "enquadrada" nele e perguntou se ele realmente era capaz, claro que ele não ia negar. Mas será que tem? E Marcus foi bem rude, pelo menos foi sincero ao falar que não gosta de ninguém puxando seu saco. MEU DEUS, EU ACHEI QUE IA DESCOBRIR SE ELE TINHA OU NÃO A MARCA! Que gancho. Parabéns, Victor, a trama só melhora.

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  3. Gente, Ricardo logo na sua entrada no crime já se deu mal. Coitada da Margot, parece que está sozinha e Munique, aliás agora tem o João :O.
    Alencar é terrível, nossa. Não saberia lidar com uma pessoa assim. Marcus mais bandido impossível. Marcelina agora tem o neto, vamos ver se ela se acalma um pouco, mas acho que ela vai ter é aborrecimento, isso sim.

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  4. Ricardo se safou por pouco.
    Alencar é tão chato que chega a ser engraçado. 😂 Saskia tem muita paciência.
    Como o Luckas mesmo disse, ele não está ali a passeio... O que será que ele vai fazer?
    Marcus curto e direto hahahah

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