quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Elos- Capítulo 23.

Cena 01- Hospital de Recife/ Int./ Noite.

Jucy, Ricardo e Peninha estão sentados. Marcelina se encontrava na emergência.

Ricardo decide falar: Ao invés de ficar gritando comigo, Jucy, você devia ter tentado me compreender. Eu estava sendo ameaçado por aqueles bandidos...Ameaçaram até você, o Caio. E isso eu não posso permitir. Sou o homem da casa, tenho que defender todos.

Jucy: Eu sei que me exaltei, mas você devia ter me falado sobre esse problema, Ricardo, já tinha lhe dado essa instrução... Mentir dizendo que ia no mercado com o Lino piorou as coisas, me fez achar que era tudo proposital. Ainda bem que se livrou das tarefas macabras dos bandidos. Só espero que mamãe esteja bem...

O médico aparece: Você é a filha de Marcelina, não é?

Jucy, preocupada: A própria. O que aconteceu com a minha mãe?

O médico respira fundo: Aparentemente, nós achávamos que estava tudo bem com a dona Marcelina. Realizamos alguns exames de praxe, e algo nos chamou a atenção...O corpo de médicos então decidiu fazer uma endoscopia nela, e também algumas tomografias.

Jucy, já temendo a resposta: E o que ela tem?

O médico: A dona Marcelina tem um tumor maligno na região do estômago. E está no segundo estágio.

Jucy, Ricardo e Peninha ficam sem reação.

ELOS- CAPÍTULO 23.

Roteiro: Victor Morais.

Cena 02- Monte Castelo Hotel/ Int./ Sala 012/ Madrugada.

Alexandra está toda ferida. Ela é cuidada por alguns enfermeiros. Marcus e Bárbara a observam. A festa já tinha acabado há algum tempo.

Alexandra, com bolhas e arranhões no rosto: AI! CUIDADO COM MINHA PELE! CHEGA, CHEGA JÁ ESTOU MELHOR...

Marcus abre a porta: Tem certeza que não vai querer ir para um hospital?

Alexandra, dolorida: Não...O médico não já disse que era só ministrar umas gotas que eu ficaria bem? Então vocês já podem ir- Diz aos enfermeiros- Ai minha cabeça...Parece que vai explodir. Terei de ficar na cama por semanas.

Marcus cumprimenta os profissionais: Obrigado pela rapidez do atendimento- Ele fecha a porta- Que vexame, Alexandra, que vexame... Quantas você tomou? Que loucura era aquela no palco? A mídia não vai perdoar, deixo previamente avisado.

Alexandra mal consegue se mexer: Quero que apaguem tudo relacionado a essa maldita festa! Tramaram contra mim. Estava no terceiro champanhe quando o garçom me deu outro dizendo que era presente de uma pessoa. Bebi, inocentemente, e depois o mundo começou a dar voltas, e me deu uma vontade incessante de cantar...

Bárbara não contém a risada: A Marisa Monte ficou um bocado assustada com sua espontaneidade. Mas que horror aqueles vândalos entrando, não? E ainda queriam prejudicar o hotel?

Alexandra: Malditos...Fui pisoteada, chutada, arrastada como um bicho morto. Deviam estar todos na cadeia a essas horas! A segurança desse hotel precisa ser revista. Que humilhação...Mas nem isso vai me fazer abaixar a cabeça! Uma dama de ferro como eu não se rebaixa jamais.

Alencar entra: Com licença, senhor Marcus, pelo menos 80% dos meliantes que tentaram estragar a inauguração conseguiram fugir, mas...

Marcus: Alencar saia daqui imediatamente, ou eu te coloco na rua sem choro nem vela! Te confiei essa inauguração, você me afirmou que seria capaz de controlar tudo. E DÁ UMA BRECHA DESSE TAMANHO NA SEGURANÇA? Amanhã os hóspedes chegam pra se instalar aqui, e já pensou se alguém desiste por medo? JÁ PENSOU NO PREJUÍZO?

Alexandra: Fora o que aconteceu comigo! Veja meu deplorável estado por conta disso tudo...Não sou de dar duas chances, então por mim pode dispensar esse incompetente...

Alencar se desespera: Por favor, senhor Marcus, não faça iss...

Marcus o corta: Não vou fazer isso por quê tenho piedade de você, Alencar. Vai pra casa, e volta amanhã com o resto de dignidade que lhe resta. Aí eu posso pensar se te mantenho no cargo ou não. Esse episódio não vai ficar esquecido tão rapidamente, e POR SUA CULPA!

Alencar: Perdão, senhor...Eu peço que...

Marcus, estressado: VAI EMBORA DAQUI, ALENCAR, VAI!

Alencar sai.

Bárbara se despede: Eu também vou porquê Miguel está me esperando. Qualquer dia desses quero vocês lá no haras...

Marcus a abraça: Pode deixar, e também vou querer que se hospedem aqui pelo menos por um dia! Vou cobrar do Miguel, hein.

Ao mesmo passo que Bárbara sai, Munique chega.

Munique: Eu só vim saber se está tudo bem com a Alexandra.

Marcus o conforta: Está sim, apesar dos pesares, tivemos uma boa festa. Preciso cuidar de umas coisas ali embaixo com um investidor e volto mais tarde. Alexandra, qualquer coisa me chama, os empregados noturnos só começam o serviço amanhã...- Os dois saem.

Alexandra: Maldito Munique, maldita Susana...Ela deve ter sido a responsável por isso! Mas que cante de vitória por agora. Quem ri por último, ri melhor- Ela se acomoda na cama- Ai...



Cena 03- Ruas de Recife/ Ext./ Madrugada.

Saskia dirige. O pessoal do carro dormia de exaustão, menos a própria e Alencar, que fulminava.

Saskia olha para trás: Todos apagaram. Dia agitado, não é, meu amor? Mas pelo menos deu tudo certo.

Alencar, de cara feia: Tudo certo pra quem? Pra você e seus quitutes? Por que eu fui verdadeiramente sabotado por aqueles invasores! E ainda me humilharam depois! QUE DROGA!

Saskia, assustada: Calma, Alencar. Ou você acorda eles!

Alencar gesticula: Que acordem e que saiam desse carro! Bando de pobres aproveitadores. A gente estende a mão e eles querem o braço!

Saskia: É melhor você parar com isso, Alencar, eu não gosto quando você fala assim- Ela para no sinal vermelho.

A noite era quente.

Um garoto de aparentemente 12 anos se aproxima do vidro da janela.

Alencar se vira: Estou esperando o “ mãos ao alto”.

Gabriel: Moça, você tem um trocado pra me dar?

Alencar se intromete: Mendigo a essa hora da noite? Garoto, vai dormir ou a gente chama a polícia!

Saskia procura umas moedas: Aqui.

Gabriel sorri: Obrigado.

Saskia acelera e Alencar a encara: Você tá louca de custear esse menino que deve ser um drogado? É muito besta mesmo! Já cansei de todo mundo sendo besta ao meu redor e...

Saskia freia bruscamente: EU QUE ME CANSEI, ALENCAR! VOCÊ RECLAMA MAIS DO QUE RESPIRA! Sai desse carro e vai pra pensão andando. Aproveita e reflete no que falou... Não estamos longe.

Margot acorda: O que aconteceu?

Alencar sai: QUER SABER, EU VOU MESMO, PORQUÊ NÃO AGUENTO MAIS NINGUÉM AQUI!

Saskia: Você quer descontar em todo mundo a sua frustração porquê Marcus não te achou capaz! SAI MESMO! PODE SAIR- Ela acelera.

Alencar chuta uma pedra: AAAAAAAAH!



Cena 04- Monte Castelo Hotel/ Int./ Madrugada.

Alexandra está sozinha no quarto, que tinha paredes de vidro, numa paisagem aquática. O único barulho perceptível era o de uma pequena fonte d’água instalada no piso. Ela dormia rasamente.

De súbito, acorda com um barulho da porta abrindo.

Alexandra se espreguiça, com dificuldades: Marcus? É você?

A porta se fecha com tudo, fazendo um estrondo. Uma parede não deixava que Alexandra visse quem era a “visita”.

Passos lentos.

Alexandra liga o abajur: Marcus, eu não tô pra brincadeira...Escuta, quem é que tá aí? Dá pra falar ou o gato comeu a língua?

A pessoa mostra um pedaço do braço, coberto por uma blusa preta. Nas mãos segura uma faca suja de sangue.

Alexandra se assusta: QUEM É QUE TÁ AÍ? EU JÁ DISSE QUE NÃO ESTOU BEM E EXIJO MAIS RESPEITO COMIGO!- Ela cobre a cabeça com o lençol para não ver a cena- É só uma alucinação...Uma alucinação.

Pelo fino lençol, Alexandra vê uma sombra, vindo em sua direção com uma faca e se apavora de vez. Ela fica à espreita, mas não pode se mexer com agilidade. O indivíduo misterioso chega até a beirada da cama. É possível ouvir sua respiração, e ainda o barulho da fonte d’água.

Alexandra faz um pequeno movimento, quando seu lençol é arrancado pela tal pessoa, em um ato preciso.

Alexandra grita: AAAAAAAAAAAH! NÃO ME MATA!

Andressa tira o capuz e começa a rir: Eu nunca pensei que fosse ver a senhora Alexandra Amaral com medo! Foi um trunfo! Hoje você está se revelando mesmo. Primeiro, o show no palco, agora, esse grito apavorante. Parece que existe mesmo um ser humano por trás desse vidro em forma de pele que te cobre.

Alexandra taca um travesseiro nela: AH, SUA INFELIZ! QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA ENTRAR NO MEU QUARTO ASSIM?

Andressa se senta na cama: Calma, foi só uma visita noturna, nós góticos amamos fazer isso. Queria saber como você estava depois da pisada que levou, literalmente- Ela guarda a faca, que era de plástico, no bolso- Gostou do champanhe que lhe ofereci?

Alexandra percebe tudo: Então foi você...EU VOU TE MATAR!

Andressa fecha o rosto: Cuidado, mamãe, não se esforça muito, você não está em condições...Achou que não ia me ver mais depois do que fez comigo? Pois agora voltei mostrando que não estou disposta a ser seu saco de pancadas. Exijo saber o nome do meu verdadeiro pai. Você mentiu pra mim durante esse tempo todo. Pois é hora da verdade.

Alexandra treme de raiva.

Cena 05- Casa do finado Meton/ Int./ Madrugada.

No quarto de Rennê, onde também dormia Letícia, com quem vinha construindo uma boa relação, dois ventiladores arejavam o ambiente.

Letícia acorda, com a boca seca. Ela vai até a jarra de água que ficava no criado-mudo. Mas não havia nenhuma gota lá.

Letícia boceja: Rennê, amor... Pega água pra mim.

Rennê nem se mexe.

Letícia calça os chinelos: Ai...Dorme igual uma pedra- Ela vai até o corredor da parte superior e passa pelo quarto de Saskia e Alencar, que dormem nas extremidades da cama, evitando contato.

Letícia para afim de observar uns quadros antigos da família, mas se dispersa logo e vai até a escada. Ela se senta em um degrau e dá uma chacoalhada na cabeça para acordar de vez. Ao se levantar de novo, Letícia desce um degrau, quando sente mãos lhe empurrarem e rola escada a baixo. Dezesseis degraus. Os berros dela acordam o sono profundo de Rennê.

Letícia fica desacordada.

Cena 06- Monte Castelo Hotel/ Int./ Quarto de Alê/ Madrugada.

Alexandra revela: Seu pai se chamava Tião do Povão, era um político cuja história você cansou de ouvir...

Andressa, chocada: Aquele...AQUELE HOMEM ERA O MEU PAI?

Alexandra confirma: Aquele que foi assassinado. Eu não cheguei a contar pra ele que estava grávida pois não descobri a tempo. Como me casei com o Marcus depois, combinamos de nunca te contar a história. E assim aconteceu.

Andressa: Vocês não tinham esse direito...

Alexandra: Não começa com discursinho, Andressa. Seu papai se foi, e quem te criou foi o Marcus mesmo. Assunto encerrado. Mas não pensa que a nossa guerrinha acabou. Isso que você fez vai ter troco!

Andressa, ainda digerindo a história: Que guerra, mãe? Eu só queria ter uma boa relação contigo, mas você me rejeita, então é por isso que eu faço tudo isso, foi por esse motivo que eu coloquei um remedinho no seu champanhe. A gente nunca vai se abraçar? Eu não tenho coragem de usar o termo guerra numa frase com referência à minha mãe. Se te fiz mal, me perdoa. Mas o mal começou com você própria.

Alexandra coça a cabeça: Sai do meu quarto, Andressa, eu não tô com paciência pra suas palavras de paz...Porquê não volta pras suas férias e some do hotel pra não continuar dando vexame? E eu rejeito o seu perdão. Você é maldosa e debochada. O que fez comigo foi uma barbaridade, então nem tente se tornar a vítima da história! VOCÊ NÃO PRESTA. NÃO PRESTA. A VÍTIMA AQUI SOU EU. VÍTIMA DE SER SUA MÃE

Andressa se levanta e sai do quarto.

Alexandra repousa novamente: Essa situação não vai ficar assim, Andressa. As consequências virão!!- Ela sente diversas dores.



Cena 07- Hospital de Recife/ Int./ Madrugada.

Jucy, com marcas de choro no rosto: Obrigado pela ajuda, Suspiro. Eu espero que o Caio não te dê trabalho dormindo aí...

Suspiro: Claro que ele não vai dar trabalho, Caio é um anjo... Eu ainda não consigo acreditar no que me disse. A comadre com...Essa doença maldita! A Susana já sabe?

Jucy respira fundo: A gente ligou pra ela- Susana surge no corredor- Que inclusive acabou de chegar. Vou ter que desligar, Suspiro, mais uma vez, muito obrigado pela ajuda.

Suspiro, compadecida: Não é nada...Vou orar pela comadre. Muito. Fiquem com Deus- Ela desliga.

Susana, correndo: O que aconteceu com ela, Jucy? Que cara é essa? O que a mamãe tem?

Jucy: Calma, irmã...

Susana, atordoada: Pedir calma nesse momento é tolice, Jucy! Seja objetiva. Eu aguentei tanta coisa nessa vida...Garanto que não vou desmoronar.

Jucy é precisa: É um câncer. Tumor maligno. Já está se espalhando pelas paredes do estômago e o mais indicado é fazer uma cirurgia...Mas vamos ter que aguardar enquanto eles fazem novos exames para ter uma noção maior do tamanho do tumor...É por isso que ela vivia com fadiga, comia pouco, se sentia cansada demais...

Susana, cabisbaixa: Ela não merecia isso, Jucy. Ela não merecia uma coisa tão ruim...

Jucy: Eu sei, Susana. Isso tudo está me corroendo muito, mas na frente dela temos que ser fortes. Mamãe é positiva, muito alto astral, isso não vai conseguir abalar ela, mas não devemos arriscar. É uma notícia muito pesada. E muito profunda.

Susana funga: E as chances? As chances de ela sobreviver são altas?

Jucy sorri: Sim! E ela vai sair dessa! A dona Marcelina é a mulher mais forte que eu conheço! Um exemplo pra qualquer outra...Ela sempre se supera, Susana, e esse tumor não vai derrubá-la. Esqueceu de quem a gente tá falando? É a mamãe. A nossa mãe. Mesmo que se choque no começo, ela vai dar a volta por cima!

Susana: Nossa heroína...- Elas se abraçam- Essas palavras sufocaram o meu medo, Jucy- Ela pega a medalhinha lhe dada pela mãe- Está na hora de eu devolver isso pra dona...

Peninha observa as duas, abatido.


No mesmo hospital...

Cena 08- H.Recife/ Int./ Corredores/ Madrugada.

Rennê anda de um lado para o outro: Eu sabia que uma lamparina ali naquele corredor fazia falta! Letícia, naquela escuridão, deve ter tropeçado!

Alencar, ácido: Sonsa do jeito que é! Eu só espero que depois disso, a tal vá para a casa de pais ou parentes para ser cuidada por eles. Será um alívio!

Saskia: Você não devia ter vindo, Alencar, porquê estraga tudo com seu negativismo! Cala essa boca se for pra ficar falando frases como essas. Você não tem bom senso, é inacreditável, um marmanjo com mais de 40...

O médico chega: Você é o Rennê?

Rennê confirma: Sim. Como a Letícia está? Aconteceu alguma coisa grave?

Médico: Felizmente não, mas ela tem que tomar mais cuidado, ou não vai ter sorte se isso voltar a se repetir. O ferimento maior foi na cabeça, portanto enfaixamos...Ela já está liberada para sair. E receitamos um remédio para que ela cuide do rasgão na boca.

Rennê, aliviado: Graças a Deus. Posso ir buscar ela então?

Médico: Sim, sim. Me siga- Os dois saem.

No quarto...

Rennê sorri: Que susto você me deu- Ele a beija na testa- Mas agora já podemos voltar pra casa! Durma na parte debaixo, se estiver traumatizada com a escada...

Letícia não sorri.

Rennê pisca: O que aconteceu? Foi a piada na hora indevida? Ah, desculpa, Lê...

Letícia suspira: Não é isso, Rennê. Sabe que eu gosto muito de você. Além de charmoso e inteligente, é muito divertido e sabe como agradar uma mulher, por isso se tornou tão difícil falar isso...

Rennê se preocupa: Isso no caso se refere ao quê?

Letícia revela: Não foi um acidente, Rennê. Alguém me empurrou. Eu não estou mentindo...Senti mãos me empurrando quando eu ia descer a escada. Veja bem, não estou acusando ninguém mas...

Rennê cai em si: Meu Deus. Você tem certeza disso, Letícia?

Letícia respira fundo: Absoluta. Por essas e outras que já liguei pra minha mãe, e pedi que ela viesse me buscar. Eu gosto muito de você, reafirmo isso, mas lá na sua casa...Alguém não pensa dessa forma. Queriam se livrar de mim, e não entendo o porquê...

Rennê, horrorizado: É claro, você tem razão em não querer voltar lá pra casa, eu faria o mesmo. Mas não se preocupa, Letícia, eu vou resolver isso e ter uma conversa muito séria com a única pessoa que pode ter feito uma barbaridade dessas! A gente vai se falando. Não quer dinheiro para táxi nem nada?

Letícia tosse um pouco: Minha mãe tem um carrinho mais velho que ela, vou ficar bem. A gente mantém contato...

Rennê lhe dá um selinho: Fica bem. E, se isso me cabe, eu te peço desculpas por o que aconteceu.

Letícia: Não é culpa sua...Agora vai descansar. Na praia a gente se tromba.

Rennê sai. No corredor, Saskia o espera.

Rennê, estressado: Cadê o Alencar?

Saskia: Pediu um táxi e se mandou. Disse que não queria esperar mais. E a Lê?

Rennê: Ela não vem com a gente...O Alencar é um covarde. Eu ainda não acredito que meu próprio irmão foi capaz de fazer uma coisa dessas! Mas amanhã não vai ter como ele fugir de mim...NÃO VAI!- Ele sai.

Saskia não entende.

NO DIA SEGUINTE...

Cena 09- Monte Castelo Hotel/ Int./ Salão Principal/ Dia.



Os primeiros hóspedes chegam, maravilhados com o hotel. O sistema era simples: Eles chegavam na entrada principal por um submarino e já estavam no Monte Castelo. Dani e outras duas trabalhavam como recepcionistas. Mateus comandava os submarinos. Haviam mais de 300 quartos, todos com vagas preenchidas.

No refeitório, Marcus apresenta Andressa à Munique.

Andressa sorri: Não liga pro meu jeito. Posso não parecer, mas sou gente boa, irmão. Ah, quando eu era criança sempre pedia um irmão...Pena que chegou com atraso.

Munique: Antes tarde do que nunca, irmã. Eu também sempre fui meio solitário. Mas temos que nos divertir pelo tempo equivalente a que ficamos separados...

Marcus fala em um rádio com alguém: E vamos começar a diversão agora mesmo. Aluguei um submarino para explorarmos a região. Ele está a nossa espera. Todos prontos?

Andressa: Eu não sei se os góticos tem esse tipo de diversão.

Munique ri: Poxa, não faça uma desfeita dessa com seu mais novo irmão! Os góticos amam o mar!! Eu acho...

Andressa: É claro, o mar é muito profundo, como a minha alma. Vamos então, quem conduzirá o submarino?

Marcus revela: Eu mesmo. Já esqueceu que tenho habilitação pra isso? Foram anos de curso lá nos Estados Unidos. Confiem no papai! Sempre quis dizer isso no plural...- Eles andam até o submarino.

Andressa cochicha: Fiz isso por educação- Diz ao pai- A mamãe me contou o nome do meu verdadeiro pai, mas não quero assustar o Munique.

ELOSDIVÃ- Munique: Ele está tentando se aproximar dos filhos ao máximo. É nítido o arrependimento do meu pai. Eu vou conseguir domar ele antes que minha mãe faça algo na tal vingança... E a Andressa pode me ajudar. Nada mais, Marcus, nós te damos o braço pra te salvar.

Entra a música: Segunda Chance- Johnny Hooker.



Munique, Marcus e Andressa se divertem no submarino. Eles conseguem ir até alto mar, onde enxergam vários tipos de animais. Marcus se sente feliz por estar perto dos dois filhos. Antes da volta, eles tomam um suco.

Andressa sopra o canudo: Até que você é um bom guia, pai. Mas essa pressão submarina e o excesso de suco de melancia me fizeram ter vontade de ir no banheiro...Aqui tem banheiro, não é?

Marcus indica: Naquela portinha esquecida ali- Ela sai- E então, Munique? Como avalia a estadia no Monte Castelo Hotel? Já se acostumou?

Munique conta: Estou me acostumando aos poucos, pai. A Andressa é uma figura, já os outros não tive chance de conhecer melhor. A festa ontem foi deslumbrante. E o que mais me chamou atenção foi...Desculpa tocar no assunto, mas o que me instigou foi a aparição da minha mãe. Eu digo que não me interesso nela, mas...Mãe é mãe, tenho uma pontinha de curiosidade. Ela é mesmo criminosa? Tão perigosa assim?- Ele joga verde.

Marcus fica mexido: Eu não gosto muito de falar dela, filho...Me remetem a tempos muito ruins. É uma história tão complicada. Dá um belo livro- Ele checa a profundidade do submarino, e suspira.

Munique, alegre: Desculpa. Vamos falar de coisa boa!

Marcus se debruça sobre o painel do submarino e sente uma pontada no coração: A Susana...- Ele se lembra do retorno dela.

FLASHBACK.
Susana: Mas tudo bem. Se eu não sou bem vinda aqui, posso me retirar, claro. Num evento tão importante como esse, só quem vale a pena é convidado... Eu só quero dar um aviso pros pombinhos- Ela ri ironicamente- Eu passei 18 anos pagando por um crime que não cometi. Mas isso não vai ficar em vão...O que é de vocês está bem guardado. Celebrem! Podem celebrar...ENQUANTO HÁ FELICIDADE NESSE HOTEL!- Ela sai lentamente- ISSO AQUI NÃO VAI DURAR MUITO! DERROTA!
VOLTA A CENA.

Marcus passa mal: Susana...Porquê eu fiz isso contigo?

Munique se aproxima: Pai...Tá tudo bem? Me perdoa, por favor.

Marcus, vermelho: Não tá tudo bem, filho...Não tá tudo bem por vários motivos, e principalmente por que eu nunca deixei de amar a sua mãe- Ele diz, no calor da emoção.

Munique, sorrindo por dentro: O quê?

Foca em Marcus, dominado pelo arrependimento.


TERMINA O CAPÍTULO 23.
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Um comentário:

  1. Nossa, mas esse Alencar é terrível! Só sabe reclamar, que ranzinza. Gostei do passafora que Marcus deu nele. Munique está sorrindo por quê? O pai dele é um bandido e ele não tem que shippar eles. Credo!

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