Três Jogadas: Capítulo 11

CAPÍTULO 11

Cena 1. Rio de Janeiro - Lagoa / Apt. da Alice / Noite

Continuação imediata da cena anterior.

Clarice assusta: VAGABUNDA! VOCÊ MATOU MAIS UMA PESSOA. ASSASSINA!

Alice vira-se e se apavora com Clarice. As duas se reencontram depois de anos. O ódio uma pela outra continua o mesmo. Foca em Alice, desesperada, segurando a arma e Sérgio ao mesmo tempo.

Alice furiosa: Como você conseguiu entrar na minha casa? Como você teve coragem?

Clarice a encarando: Eu que te pergunto desgraçada! Como você teve coragem de usar o seu filho para se aproximar da minha família?

Alice trêmula: Eu posso tudo, Alice. Você achou mesmo que eu ia deixar você passar assim, abatida? Eu preparei tudo durante anos, tentei várias vezes iniciar o que tenho para fazer. VOCÊ ACHA MESMO QUE EU IA PERDER ESSA CHANCE?!

Clarice larga a bolsa: CALA A BOCA DESGRAÇADA. EU DEVIA LEMBRAR QUE VOCÊ CONTINUA A MESMA VADIA DE SEMPRE. A MESMA EGOÍSTA DE SEMPRE QUE TENTA SUBIR NA VIDA PISANDO NAS PESSOAS. SÓ QUE EU NÃO APANHO SEM REVIDAR, EU NÃO ENTRO NA BATALHA PARA PERDER.

Alice rindo: MAS VOCÊ JÁ PERDEU CLARICE. EU VOU GANHAR E EU VOU TE JOGAR NA LAMA. ONDE VOCÊ ME DEIXOU HÁ 30 ANOS! ESSA DÍVIDA, EU IA TE COBRAR ATÉ DO INFERNO!

Sérgio com dificuldade, gaguejando: Parem de brigar. Eu estou morrendo. Alguém chama a ambulância.

Clarice pega o telefone e tira uma foto de Alice segurando a arma, sem que a mesma perceba. Ela então coleta uma prova contra Alice.

Clarice discando: EU VOU LIGAR É PRA POLÍCIA!

Alice larga Sérgio e segura às pernas de Clarice: NÃO PELO AMOR DE DEUS. NÃO FAZ ISSO. EU NÃO ATIREI NO SÉRGIO. POR FAVOR, EU TE IMPLORO!

Clarice chuta Alice: SAI DE PERTO DE MIM SUA ASSASSINA.

Alice se levanta tensa: Eu já sei. Vou ligar para ambulância. É isso. – ela guarda a arma em cima do balcão. – Cadê o telefone eu vou ligar para a ambulância.

Célia se aproxima do ouvido de Alice: Isso não acabou por aqui. Você me paga vagabunda!

Célia e Petrônio vão embora. Alice se desespera. Ela consegue ligar para ambulância...

Pouco depois, a ambulância chega. Sérgio é levado.

Mateus se aproxima: O que foi que aconteceu aqui?

Alice trêmula: É... Foi... Foi um assalto. Dois caras entraram aqui para assaltar. O Sérgio acabou me defendendo e levando um tiro. Isso que aconteceu.

Mateus: Bom, então vocês precisam ir à delegacia. O que aconteceu aqui foi muito sério.

Clarice prende o riso ao perceber o nervosismo de Alice.

Alice apavorada: Delegacia?!

Cena 2. Rio de Janeiro - Leme / Apt. da Clarice / Noite

Paloma se levanta: Eu estou apenas abraçando o Igor, mãe.

Kiara puxa Paloma: Não interessa. Você sabe que eu não gosto dessas coisas. Dá licença, Igor.

Kiara puxa Paloma. No corredor...

Kiara fecha a porta do quarto de Igor: Que coisa ridícula Paloma. Se agarrando com o próprio primo. Eu vou te fazer uma pergunta e eu quero que você seja sincera.

Paloma: Que foi? Vai perguntar se eu gosto do Igor. É isso?

Kiara nervosa: Você nem brinca com uma coisa dessas, Paloma! Eu jamais aceitarei um relacionamento de primos dentro da minha família. INCESTO É PECADO!

Paloma sem paciência: QUEM É VOCÊ PRA FALAR DE PECADO. – ela debocha, rindo. – Fica tranquila que eu não tenho nada com o Igor. Por enquanto não.

Kiara segura Paloma: O QUE VOCÊ QUIS DIZER COM ISSO GAROTA?

Paloma se solta: QUE SE EU QUISER NAMORAR O IGOR EU VOU NAMORAR.

 – ela se afasta. – Eu já sou maior de idade, faço o que eu bem entender com a minha vida. Você tenta sempre controlar a minha vida me tratando como se eu fosse infantil. Mas eu não sou! Eu não sou uma propriedade exclusiva sua.

Kiara assustada: Olha o jeito que você está falando comigo. Vocês são primos. Eu não posso aceitar essa sem-vergonhice dentro da minha casa!

Paloma perplexa, rindo: SEM-VERGONHICE?! – ela debocha. – Realmente o seu estado de ignorância às vezes ultrapassa. Desde quando amor é sem-vergonhice?

Kiara furiosa: É SEM-VERGONHICE SIM!

Paloma: Eu só estou tentando proteger o meu primo. Eu me importo com ele. Eu gosto dele. E se você quer saber: EU AMO O MEU PRIMO! Mas não é esse amor que você está pensando. Eu só quero o bem dele.

Kiara: Já tem muita gente que o protege. Eu quero você longe dele. E espero ter deixado isso claro. – Kiara sai apressada. Paloma fica ali, com raiva.

Cena 3. Rio de Janeiro - Urca / Apt. da Eliane / Noite

Eliane termina de se arrumar no quarto. Ela vai até à sala, no mesmo instante Tiago chega.

Tiago a beija: Boa noite! – ele repara na mulher. – Está bonita. O que te deu? – ele sorri.

Eliane sorrindo: Se cuidar é sempre bom. – ela ajeita a gravata do homem. – Eu preparei um jantar especial. Vai trocar de roupa antes que a comida esfrie.

Tiago ri: Você cozinhando?! Posso imaginar o desastre.

Eliane se sente ofendida: Então eu não sirvo nem pra cozinha? Já devia imaginar faz tempo o que você pensa sobre mim.

Tiago se sente culpado: Não. Desculpa. Eu não quis te ofender. – ele abraça a mulher. – Eu tive um dia péssimo e acabei descontando em você. – ele a beija. – Eu queria falar com você sobre um assunto.

Eliane preocupada: Algum problema na revista?

Tiago se senta: Não está tudo certo com a revista. Pelo menos por enquanto. O assunto sou eu e você.

Eliane radiante se senta: Diz que você pensou sobre a proposta de termos um filho.

Tiago se levanta rapidamente: Não! – Eliane se frustra. – Mas pode ter alguma relação. – ele se ajoelha e tira um caixa do bolso. – Quer casar comigo?

Eliane se levanta sorrindo: Que papo é esse Tiago? Nós já somos casados.

Tiago se levanta: Eu quero que a gente faça uma renovação de votos. Eu quero mudar, Eliane, quero me tornar uma pessoa melhor. Eu só preciso da sua ajuda. Não deixe o nosso amor acabar. Eu vou perguntar de novo. – ele se ajoelha. – Quer casar comigo?!

Eliane radiante: Claro que quero! – eles se beijam e em seguida se abraçam. Eliane se emociona.

Tiago sorrindo: Eu vou comprar um anel bem bonito pra gente. Esse daqui é provisório. Eu quero te fazer muito feliz. Recompensar todo esse tempo que me afastei de você.

Eliane o abraça: Você me faz bem!

Os dois se abraçam. Eliane está emocionada. Tiago sorri.

Cena 4. Rio de Janeiro - Leblon / Apt. da Melissa / Noite

Melissa está tomando banho. Ela começa a lembrar do ocorrido mais cedo e chora. Ela se lembra do que aconteceu e começa a chorar, alisando o corpo, com nojo. Ela sai do banho rápido e veste uma roupa, bem apressada.

Na sala...

Melissa chega: Será que a gente pode conversar?

Ferraz não da muita ideia: Estou vendo televisão. Não está vendo?

Melissa desliga a televisão. Ferraz fica furioso.

Ferraz se levanta: EU ESTOU VENDO, IDIOTA. ISSO É FALTA DE EDUCAÇÃO.

Melissa se aproxima: CALA A BOCA. CALA A BOCA QUE QUEM VAI FALAR AQUI AGORA SOU EU! – Ferraz não entende. – Eu estou farta de ser humilhada por você. Eu estou cansada de sofrer, Ferraz. Eu preciso ser amada e isso você não é capaz de fazer.

Ferraz indignado: Vai dizer que você não sente prazer por mim?

Melissa abismada: QUEM ESTÁ FALANDO DE PRAZER AQUI, FERRAZ?! Eu estou falando de amor, carinho. Eu não estou aqui para ser usada como um objeto sexual, que você usa quando precisa e depois joga fora, descartável. Na cama eu também mereço ser amada. Eu gosto de receber carinho, beijos, apertos. Eu gosto de ser afobada, mas afobada pelo calor, pelo amor.

Melissa vira-se de costas, bufando.

Ferraz furioso: VAI QUERER O QUÊ AGORA? VAI QUERER ME ENSINAR O QUE VOCÊ GOSTA OU NÃO GOSTA NA CAMA, QUANDO NA VERDADE NA CAMA EU TE CONHEÇO ATÉ DE CABEÇA PRA BAIXO?!

Melissa vira-se e lhe da um tapa: CALA ESSA BOCA DESGRAÇADO!

Ferraz rebate o tapa: VAGABUNDA!

Melissa chorando: VOCÊ CONSEGUE ULTRAPASSAR O LIMITE DA IGNORÂNCIA. EU TENHO NOJO DE VOCÊ.

Melissa vai sair chorando. Ferraz lhe puxa.

Ferraz puxa Melissa pelos cabelos: VOCÊ ACHA QUE VAI AONDE? NOSSA CONVERSA NÃO ACABOU!

Melissa chorando: PARA FERRAZ! VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO.

Ferraz furioso: VOCÊ VAI APRENDER QUE EM CARA DE MARIDO NÃO SE BATE!

Ferraz joga Melissa longe. No instante, ela bate a cabeça na estante e cai desmaiada. Ferraz se desespera.

Ferraz apavorado: Meu Deus... O que foi que eu fiz?!

Cena 5. Rio de Janeiro - Laranjeiras / Hospital Santo André / Noite

Sérgio passa uma cirurgia. Do lado de fora, Alice perambula nervosa pelo corredor. Clarice chega do banheiro.

Clarice pega sua bolsa: Nossa conversa ainda não acabou. Eu ainda vou atrás de você nem que seja no quinto dos infernos. – ela ajeita a bolsa. – Estimo melhoras pro Sérgio.

Alice a encara. Clarice vai embora. Alice continua perambulando, nervosa.

Paralelo à cena... No apartamento de Alice.

Luigi chega no apartamento e vê que está aberto.

Luigi estranha: Mãe! Sérgio! – ele olha ao redor. – O que será que aconteceu nessa casa pra ela estar toda aberta?

Ele vê um pouco de sangue no chão e uma arma no balcão.

Luigi apavorado: O que aconteceu aqui?

Lá na portaria a polícia entra no elevador... De volta ao apartamento...

Luigi vai até a arma. Ele estranha.

Luigi nervoso: MÃE! SÉRGIO! CADÊ VOCÊS!

Simone, a delegada, invade a casa.

Simone com o distintivo: Polícia! – Luigi vira-se assustado. – Recebemos uma denuncia de uma confusão seguida de tiro vinda desse apartamento. Onde está o proprietário do apartamento?

Luigi nervoso: Eu sou o proprietário do apartamento. Eu moro aqui. O apartamento está no meu nome.

Simone vê a arma: Pera aí, pera aí... Isso daí é uma arma? – Luigi gela. – Então o senhor é dono do apartamento?

Luigi trêmulo: Sou. Mas eu só cheguei agora. Eu não sei o que aconteceu aqui.

Simone gargalha: Olha só Barros. Só chegou agora. Qual seu nome mesmo rapaz?

Luigi apressado: Luigi!

Simone: Luigi, o senhor está preso!

Luigi se desespera. Simone o encara. Ele fica sem reação.

Cena 6. Rio de Janeiro - Catete / Apt. da Branca / Noite

Tóta está editando algumas fotos. Branca chega.

Branca abraça Tóta por trás: Atrapalho alguma coisa?

Tóta fecha o notebook: Claro que não. – eles se beijam. – Já estava terminando de editar essas fotos lá de Londres.

Branca sorri: Eu admiro muito sua capacidade de dá conta disso tudo. Você é um homem muito guerreiro.

Tóta: Você me dá essa força. Toda a força que eu tenho para continuar vivendo a cada dia vem de você, da Fê. Vocês duas são as mulheres da minha vida.

Branca: Eu te amo muito, viu? Nosso relacionamento irá durar para sempre. – ela se afasta. – Mas eu não vim aqui para falar sobre isso. Eu vim te contar que eu vou viajar no final de semana. A Fernanda vai me levar. Você vem junto?

Tóta sorri: Claro que sim. Eu gosto de ir lá pro interior. Refrescar a memória é sempre bom. Fora que lá eu tenho ótimas ideias.

Branca sorri: Que bom. Eu não posso deixar de ir lá sem antes falar com a Marta. Por isso resolvi adiar essa visita. Eu não posso deixar minha irmã partir sem ao menos me despedir dela.

Tóta ri: Eu que te admiro. Você é um exemplo de mulher. – eles se abraçam.

Cena 8. Rio de Janeiro - Catete / Apt. da Adriana / Noite

Adriana tenta estudar uns processos, mas não consegue se concentrar. Ela começa a lembrar da imagem de Stacy. Ela pega o celular e manda uma mensagem para Fernanda: “Me encontra daqui a meia hora no restaurante Lagosta Azul”. Ela vai até o quarto pega uma bolsa e sai.

No restaurante Lagosta Azul...

Adriana está sentada mexendo no celular. Fernanda chega apressada.

Adriana larga o celular: Finalmente chegou. Eu estou precisando desabafar. Eu não consigo me concentrar nos meus estudos. Eu não paro de pensar naquela garota do hospital.

Fernanda se senta: Você veio pedir ajuda pra mim? Acho que foi pra pessoa errada.

Adriana: É sério, Fernanda. Durante anos eu fugi desse meu passado vergonhoso e agora ele parece que volta para me atormentar depois de anos. Eu não sei se estou preparada para reviver todo aquele sentimento do passado.

Fernanda: Você sabia que uma hora isso ia acontecer. Não adianta se esconder Adriana. Você precisa enfrentar as coisas de cabeça erguida feito gente. E encarar que o que tem pra vir.

Adriana confusa: Esse é o problema. Enfrentar as coisas de cabeça erguida. Nanda, o que vocês sabem é parte da história... A outra é muito pior.

Fernanda perplexa: E tem mais história?!

Fernanda e Adriana se encaram.

Cena 9. Rio de Janeiro - Leme / Apt. da Clarice / Noite

Kiara se levanta perplexa: Meu Deus. Isso que você está me contando é muito sério, Clarice. Me mostra a foto que você tirou. Essa mulher é louca, completamente louca.

Clarice mostra a foto: Aqui! Eu agora só preciso descobrir se o Luigi sabia de tudo. Mas eu acho que não. Eles realmente estão apaixonados. Luigi foi usado por essa vagabunda.

Kiara: E você já sabe o que vai fazer com essa foto?

Clarice séria: Eu vou entregar pra polícia.

Kiara nervosa: Você tá maluca? Isso seria dá um tiro no próprio pé. Ela não vai recuar, vai ser o momento dela atacar.

Clarice guarda o celular: Eu também sei atacar. Eu estou disposta a enfrentar qualquer coisa para manter o meu segredo guardado. Até matar!

Kiara se assusta.

Na delegacia...

Luigi chega. Simone o leva até a sua sala. Ela se senta e o jovem fica tenso.

Simone sorri: Espero que você goste do seu novo lar, querido. – ela debocha.

O rapaz a encara. Foca em Luigi, tenso.

Fim do Capítulo 11!

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO...

Alice nervosa: Meu Deus... O Luigi. Como o Luigi foi acusado disso?! Ele não estava lá.

Sérgio sério olha para a patroa: Ele não teve culpa de nada. Eu e você sabemos disso. Alice, eu quero que você ligue para a polícia. Eu preciso dá um depoimento...

Alice se desespera: Depoimento?! Polícia?!

Os dois se encaram...

•••

Gisele se levanta: Não. Não pode ser. A assassina voltou a atacar.

Gisele pega a bolsa. Luíza levanta assustada.

Luíza nervosa: Assassina? Do que você está falando?!

Gisele nervosa: Cadê a chave do carro, Luíza?! ANDA ME FALA ONDE ESTÁ A CHAVE DO CARRO.

•••

Dentro do carro...

Gisele dirige descontroladamente. Ela fura os sinais e costura os carros. Ela acaba chegando ao Leblon e entra em uma rua pouco movimentada.

Corte descontínuo. Nas ruas do Leblon.

Gisele desesperada: NÃOOOOOOOOO!

Ela puxa o freio. Fim.