Cena 01- Suspirela/ Int./
Escritório/ Dia.
Munique: Por essa eu não esperava.
Alexandra rouba dinheiro do meu pai? Ela desvia, melhor falando...Dani, você não
sabe como isso vai me ajudar! Mas não devia ter raptado o cartão. Alê pode
descobrir.
Dani: Estou pouco me importando com
aquela mulher. Nunca fui com a cara dela, e por isso te ajudei!
Munique o guarda no bolso: Obrigado
mesmo- Eles se abraçam- Agora vou no banheiro, lavar meu rosto, pra
cumprimentar os outros. Tenho que passar no hospital se possível, e voltar pra
o hotel.
Dani se lamenta: Eu soube da sua avó.
Essa doença é terrível mesmo- Ela abre uma porta no escritório- Pode ir por
essa “ passagem secreta”, sai direto no banheiro. Tia Suspiro criou esse
corredor pensando em construir mais um quarto, só que no fim construiu esse
escritório, que não serve para nada.
Munique ri: Serve pra conversas
importantes e pessoais como essas- Ele entra no atalho- Te vejo já.
Na sala, Ingrid é amordaçada. Os
bandidos se espalham pela Suspirela.
Margot engole em seco: Desculpa,
João. É que você foi muito rápido e...
João: Não, eu fui ridículo. Me
desculpa, Margot! AH! Eu estraguei tudo. Agora nem vamos conseguir nos falar
sem que haja constrangimento...
Margot ri: Claro que não, João,
eu...- O bandido arromba a porta e aponta a arma para os dois.
Bandido: PRO CHÃO! PRO CHÃO!- Os dois
se deitam, assustados, e tentando não soltar um grito. Ele verifica que Margot
não bate com a descrição dada por Alexandra e recua- FIQUEM AÍ! NÃO SE MEXAM OU
EU ATIRO!
Em seu quarto, Mateus também é
rendido. O bandido em questão revista o quarto que ele dividia com João.
Procurando pela fatídica moça loira. Revista no guarda-roupa, embaixo das
camas. Acreditavam que ela tinha se escondido.
Dani, desconhecendo a ação, sai
tranquilamente do escritório e avista o corredor vazio. Segue para a sala:
Ingrid! E essas roupas aqui? Olha a bagunça, logo minha tia tá chegando!
Ela vê Ingrid amordaçada e fica
apavorada.
Dani não contém a exclamação: INGRID?
O QUE TÁ ACONTECENDO?
Metade do grupo de bandidos desce as
escadas.
Um deles dá um passo à frente,
fazendo a garota gelar.
Ele: OLHA SÓ!- Ele checa a aparência
de Dani- É ELA MESMO! A PESSOA QUE NÓS PROCURAMOS!
Dani fica estática.
ELOS- CAPÍTULO 27.
Roteiro: Victor Morais.
Cena 02- Monte Castelo Hotel/
Int./ Salão Principal/ Dia.
Susana, olhando diretamente para ele:
Como vai, senhor Vilalobos? Parabéns pelo maravilhoso hotel...E pela renovação
de votos. O amor não pode morrer!
Marcus: Susana, não venha com
ironias. Nós precisamos conversar...
Susana ri: Precisamos? Desculpe,
senhor Vilalobos, que eu saiba tudo que tinha pra ser dito, já foi plenamente
escancarado. E se sobrou algo pra dizer, devia ter dito há 18 anos atrás...Hoje
é só consequência.
Marcus pisca: Susana, eu...Me
arrependi de tudo que fiz- Ela fica muito mexida, mas não demonstra- Estava
conversando com o nosso filho, Munique, que aliás é um belo rapaz, tanto de
alma quanto fisicamente, enfim, eu estava falando pra ele o quanto me arrependo
de tudo que fiz. De ter mentido no tribunal, de ter te colocado na cadeia. Não
me sinto feliz.
Susana, ainda séria: Acho que se
arrependeu tarde demais, por que eu cumpri 18 anos de pena pelo que fez. 18
anos é muito tempo, qualquer um sabe...Aí você me chega, supostamente
arrependido, querendo ouvir um “eu te desculpo”? Sinto muito, mas eu não vou te
perdoar nunca. Você é a pessoa mais monstruosa e horrível que passou pela minha
vida. Traiu o meu amor. Atirou pro alto os nossos sentimentos...E continuou
caminhando, como se nada tivesse acontecido! Mas a vida sempre dá um jeito de
castigar. Crime-Castigo. É a base.
Marcus: Eu não quero que me perdoe,
aliás, eu quero, mas entendo que agora continua achando que sou o mesmo cara de
antes...Só que eu mudei. Me arrependi. Vivo infeliz, martirizado, num casamento
que mais parece a distância...Eu errei demais! Sei disso, e por isso te peço
que passe a me enxergar com outros olhos. Estou desenvolvendo uma relação com o
Munique, aos poucos, eu vou mudando...E logo esse hotel não vai significar nada
pra mim!
Susana respira fundo: Não posso te
enxergar com outros olhos, Marcus, nunca. Eu te amava...Mas meu motivo de vir
aqui é o Munique. Quero conhecer o meu filho! EU AMO ELE DE VERDADE! E não como
um fantoche. Eu disse na inauguração desse hotel que ia destruir a sua vida,
mas nem precisa, já está pior do que eu imaginava...Se quer fazer o papel de
criminoso arrependido, como repetiu agora há pouco, se entrega pra polícia e
passa 18 anos na cadeia, tipo eu. Aí depois a gente conversa melhor sobre
redenção. Só espero que não me matem antes. Como fizeram com Tião.
Marcus, chorando: Eu estou disposto a
isso, Susana. Por que nunca me perdoei por...
Susana tapa os ouvidos: Basta! Para
de falar nisso, e aja se quiser mesmo provar que mudou. Mas eu não sou nada pra
te cobrar algo, apenas uma vítima, como devem existir tantas outras... Me chama
o Munique. Ou vai me impedir de ver ele também? Acho que o bondoso empresário
não faria isso. Não precisa achar que eu vou me vingar de você, ou tentar me
expor para a imprensa. Nisso eu não me interesso- Ela mente, para tentar
convencê-lo- Chama ele, por favor...
Marcus escorre as lágrimas: Melhor
você ficar esperando ele em um escritório. Alexandra não pode te ver...Vem
comigo- Ele a guia.
Susana esconde um enorme e incessante
desejo de vingança por dentro, misto com um pingo de amor que ainda nutria por
ele. Ela segue Marcus.
Cena 03- Ruas de Recife/
Ext./ Dia.
Peninha dirige: Temos que passar na
feira pra comprar pepino, couve, brócolis, cenoura, batatinha, abóbora,
batata-doce, espinafre, e também não posso esquecer o agrião. Ele é essencial.
Suspiro passa batom: Peninha, você
não vai conseguir nutrir uma vida vegetariana da noite pro dia. É capaz até de
passar mal com tanta verdura. Segue pra Suspirela que é melhor. Estava pensando
em fazer uma festa lá quando a comadre se recuperar disso tudo...
Peninha aciona o para-brisas: Eu
apoio, Suspiro! E sugiro que façamos um churrasco vegetariano. Esses dias eu
estava zapeando a TV procurando a ESPN e parei num canal que tinha uma mulher
fazendo melancia grelhada. Não parece um prato delicioso?
Suspiro tira o cinto quando ele para
em frente a pensão: Me faltam até palavras pra expressar o quão deliciosa devia
ser essa melancia... Que carro é esse estacionado na frente da Suspirela? Será
hóspede novo?
Peninha sai do carro: Desista,
Suspirinho, novos hóspedes só vão aparecer quando você mudar o nome da pensão
para Lar do Peninha E Amigos.
Saskia aparece: Hey, vizinhos! Estava
indo lá pra chamar os meus queridos companheiros de carro. Pra variar, nos
atrasamos.
Suspiro: Vou chamar a cambada,
Saskia.
Lá dentro...
Estão amordaçados: João, Margot,
Mateus, Ingrid e Dani, essa mais à frente dos outros. Munique não sabia de
nada. Os bandidos tiravam qualquer rastro possível, antes de realizarem o
serviço.
Suspiro tenta abrir a porta: DANI!-
Ela bate, apressada- DANI ESTÁ NA HORA DE VOCÊS IREM TRABALHAR! TIRA O FERROLHO
DA PORTA!
Dani se desespera.
Bandido: Não quero ouvir barulho
nenhum de vocês...NOSSO SERVIÇO É COM A LOIRA AQUI- Eles a pegam com
brutalidade- HORA DE MORRER!
Suspiro ouve as falas pela porta:
DANI, O QUE TÁ ACONTECENDO AÍ?
Munique sai do banheiro e se dirige à
sala, mas antes que possa pronunciar algo, vê a violenta cena. Dani se remexe,
no entanto não é poupada de agressões. O rapaz liga os pontos na hora: Estavam
a mando de Alexandra. Sem respirar, vai recuando lentamente, afim de sair do
campo de visão dos criminosos.
Munique fecha a porta do banheiro,
tentando não produzir nenhum barulho: Não podem matar ela...NÃO PODEM!- Diz, ao
mesmo tempo em que pensa numa solução que possa ser útil- Eu preciso chamar a
polícia- E pega o celular.
Os bandidos notam barulhos vindos do
banheiro, e se aproximam da porta.
Bandido: QUEM TÁ AÍ? É MELHOR
APARECER, OU NÓS ARROMBAMOS!
Munique esquece o celular e decide
fugir pela janela, que era grande o suficiente para que passasse. Ele sobe no
vaso sanitário.
De repente, o celular começa a tocar,
no volume máximo. Era Susana. Munique tenta desligar, com a boca.
Bandido: ABRA A PORTA- Ele vai até um
semelhante- Pega aquela chave mestra que abre todas as portas! VAMOS, AGILIZA!
Munique passa pela janela e avista
uma próxima, na casa do finado Meton Grana. Ele caminha cuidadosamente até lá.
Estava no segundo andar, uma queda seria fatal.
Munique nota que se tratava do quarto
de Rennê: SOCORRO- Ele tenta abri-la, e não vê Rennê por lá- SOCORRO! RENNÊ!
Munique desiste e resolve caminhar
até a janela do quarto que era de Saskia e Alencar.
Os bandidos invadem o banheiro. Não
encontram ninguém. Mas a janela aberta faz com que um deles desconfie. O tal
também sobe no vaso e coloca metade do corpo para fora, no intuito de checar se
alguém estava fugindo.
Munique, aterrorizado, tenta chegar
na outra janela. O bandido grita ao notar a presença do garoto: TEM UM
FUGITIVO!! ME DÁ A PORCARIA DA ARMA!! VAMO MATAR!
Munique dá um largo passo tentando
chegar na janela, que se encontrava aberta, mas pisa em falso e se desequilibra,
caindo pra trás: AAAAAH!- Ele se apoia na cortina, que balançava por conta do
vento- ALGUÉM ME AJUDA!
Cena 04- Haras Campestrini
Ferrari/ Ext./ Estábulos/ Dia.
Fábio ensina: Trate eles com muito
carinho, Luckas. Os cavalos também gostam de ser bem tratados...Assim nos
tratarão bem do mesmo modo!
Luckas sorri: Me fascino com suas
palavras, Fábio. Conhece tudo sobre esses animais. É uma honra aprender
contigo.
Fábio: É uma honra passar meu
conhecimento para os mais jovens. São seis décadas e meia de experiência,
filho, alguma coisa eu tinha que saber sobre os cavalos. E preciso de alguém
pra me substituir, minha hora de partir está próxima, portanto ensinar é uma
alegria- Ele pega um balde- Vou encher isso daqui e já volto. Prossiga aí.
Luckas continua com o trabalho, até
que uma vibração em seu bolso faz-lhe cessar. Era seu celular. No visor, o
rapaz verifica que é Ellen e fica mórbido.
Luckas: Porquê ela tá ligando pra
esse número? O celular era do Bruno! Será que Margot passou? Mas eu tinha
restringido...- Ele se aflige.
Em Feio Horizonte, Ellen anda de um
lado para o outro: Eu tenho que tentar, Sula!! Quero saber com quem está o
celular do Bruno!
Sula varre a calçada: Desista disso e
vamos tomar o famoso chá do Wagner, ele foi passear mas deixou prontinho. Os
bandidos pegaram o celular e quebraram, ou tiraram o chip pra usarem depois.
Esses ladrões de hoje são muito astutos.
Ellen desliga: Tem razão, foi um
devaneio meu. Consegui aquele emprego de doméstica na casa do prefeito, e isso
vai me ajudar a não pensar no que aconteceu com meus três filhos, porquê está
sendo muito difícil superar a perda dos três. Uma dessas perdas, eterna. Depois
vou ligar pra Margot, ela contou que Luckas lhe telefonou, mas foi breve.
Sula: Onde esse garoto deve estar?
No haras, Luckas desliga o aparelho,
com pressa, e retira a bateria dele. O Conde Gian chega, e vê tudo.
Gian o surpreende: Um celular? Vai me
dizer que Fábio comprou isso pra você? Até onde sei, você veio aqui sem nada,
tinha sido assaltado... Ou será que inventou tudo isso?
Luckas pigarreia: Eu consegui impedir
que roubassem meu celular, Conde. Não tenho motivos pra mentir. Agora preciso
continuar o trabalho.
Gian: Tudo bem, eu só questionei, não
precisa ficar trêmulo- Ele ri- Em meia-hora eu venho aqui, prepare aquele
puro-sangue que gosto. Estou necessitando de emoções- E sai.
Luckas, furioso: Droga, ninguém podia
ter visto esse celular- Ele tira as luvas- Melhor manter ele bem escondido. No
quarto, se possível numa caixa fechada...
O garoto abandona o serviço e se
dirige até o quarto, desviando do caminho por onde Fábio vem. Luckas guarda o
celular, com a bateria retirada, no fundo da última gaveta do quartinho onde
dormia. Gian o segue, e espera ele voltar ao trabalho para invadir o cômodo,
que não possuía fechadura na porta.
Gian: Esse audacioso acha que engana
alguém aqui...Na verdade, engana os inocentes Ferrari, mas não a mim. Vamos ver
quais segredos assolam esse rapaz de pouca idade, e pouco caráter- Ele revista
em alguns lugares, que são óbvios demais. Depois parte para os mais ocultos, e
chega na última gaveta, onde o objeto estava- BINGO! Hora de dar uma acessada
na lista de contatos de Luckas.
Gian liga o celular e consegue acesso
a tudo, já que o aparelho, antigo, não possuía sistema de senhas, ou Luckas não
o usava por opção. O Conde acessa a lista de contatos até que acha um chamado ELLEN MÃE e resolve fazer a ligação.
Ellen, tomando chá: O emprego até que
paga bem, Sula, e...- O celular toca- Só um minuto...Alô? Quem fala?
Gian pensa um pouco: Mãe? Aqui é
o...Luckas!- Finge.
Ellen: Luckas? Mas que voz é essa? E
esse chiado na ligação?! PELO AMOR DE DEUS VOCÊ QUASE ME MATOU DE SUSTO! SUA
IRMÃ ME LIGOU DIZENDO QUE VOCÊ TINHA FEITO UMA LIGAÇÃO PRA ELA! EXIJO QUE VÁ
ENCONTRAR MARGOT AÍ EM RECIFE.
Gian desliga na mesma hora: Uma
irmã...MAS ELE NÃO DISSE QUE ERA FILHO ÚNICO?- Ele fica radiante.
Cena 05- Suspirela/ Ext./
Dia.
Alencar aparece na janela: O que é isso
aqui? O que tá fazendo pendurado na cortina da minha casa, rapaz?
Munique, apavorado: ME AJUDAAAA!-
Suas mãos começam a deslizar, bem como o cartão em seu bolso- ESTENDE A MÃO!
RÁPIDO!
O bandido pega a arma e atira na
direção de Munique, que desvia.
Alencar o ajuda a subir: TIROS? AI
MEU DEUS- Ele faz grande esforço- VOCÊ É MUITO PESADO...RENNÊ! RENNÊ ME AJUDA
AQUI!
Rennê surge: MUNIQUE?- Ele puxa um
dos braços do garoto.
O bandido dispara mais tiros até que
um deles passa raspando pelo braço do garoto.
Munique: AAAAAAH!- Ele consegue subir
finalmente. Alencar fecha a janela imediatamente- MALDITOOOOOS!
Rennê, ofegante: O que aconteceu,
Munique? Fala!
Munique: Bandidos entraram na
Suspirela e tão fazendo os hóspedes de refém! PRECISAMOS LIGAR PRA POLÍCIA
AGORA!
Alencar estranha: Invadiram assim,
sem mais nem menos? Sem motivo?
Munique, sombrio: Eles tem um
motivo...ALGUÉM LIGA, POR FAVOR!
Rennê disca o 190. Alencar fecha
todas as janelas de casa.
Um dos bandidos desiste de atirar:
CHEGA! ESSE FRANGOTE SÓ TÁ ATRASANDO A GENTE! VAMO DESCER E ELIMINAR A TAL
LOIRA QUE A CHEFE DISSE, E VAZAR ANTES QUE ALGUÉM CHEGUE- Eles saem do
banheiro.
Na sala, os jovens continuam
amordaçados, e supervisionados. Mateus, como tinha certa habilidade para fugas,
consegue puxar um canivete do bolso, sem fazer barulho, e começa a cortar a
corda que o prendia. Tem as mãos livres, e os pés também. Ele passa o
instrumento cortante para a pessoa que está do seu lado: João, que repete o
processo. Margot também se liberta. O bandido não desconfia. Dani faz o mesmo e
corta a corda. Ela tenta passar para Ingrid, mas deixa o canivete cair no chão.
O bandido atrai as atenções para os
jovens e percebe tudo. Mateus lhe dá uma voadora antes que consiga apertar o
gatilho. Gritos. João abre a porta da frente e todos saem correndo. Os outros
do bando chegam.
Suspiro, desesperada: O QUE TÁ
ACONTECENDO?
João, correndo: FUJAM! RÁPIDO!
CORRAM!
Peninha começa a correr, bem como
Suspiro e Saskia.
Dani tropeça e bate com a cabeça:
AAAAI! TIA!
Suspiro volta para busca-la: DANI!
QUEM FEZ ISSO? FOI POR CAUSA DO CARTÃO? FALA!
Os bandidos saem todos correndo da
pensão. Um deles vê Dani e mira a arma nela, em meio a confusão da correria.
Atira duas vezes contra suas costas.
Dani cai instintivamente, e puxa Suspiro
para trás. O barulho do estrondo faz com que todos parem a corrida pela
sobrevivência.
Suspiro, toda ralada: DANI!- Uma
explosão de sangue em suas costas evidencia seu estado.
Estava morta.
Cena 06- Monte Castelo Hotel/
Int./ Escritório/ Dia.
Marcus: Já procurei o Munique por
todo o hotel, falei com Andressa, minha outra filha, mas ninguém sabe dele.
Parece que saiu...
Susana se levanta: Então eu já vou
indo embora, porquê não quero tomar o tempo de ninguém, e já conversamos tudo o
que tínhamos pra conversar, repetir discurso não é comigo.
Marcus suspira: Não vai, por favor,
Susana...Eu queria tanto que...
Susana: Você não sabe o que quer! Não
sabe se está mesmo arrependido ou não, não sabe se ama os seus filhos e
esposa...É UMA PESSOA INDEFINIDA! JÁ DISSE, MARCUS, QUE SÓ VAI PROVAR ALGUMA
COISA, QUANDO AGIR!
Marcus sorri: Então eu vou agir- Ele
a beija, inesperadamente.
Susana corresponde.
ELOSDIVÃ: Susana- Um beijo. O início de tudo.
Ele acha que estou mesmo interessada na sua redenção ou não...Mas vou fazer o
Marcus sofrer, e sofrer muito. E pra isso, a arma mais cruel, vai ser fazê-lo
se apaixonar de novo por mim. Difícil? Não. Mas cruel.
Cena 07- Hospital Recife/
Int./ Quarto de Marcelina/ Dia.
Jucy, preocupada: Calma, mamãe, a
Susana vai vir! Ela não faria uma coisa dessas contigo... Mas afinal, porquê
brigaram? Num momento tão sensível, falar as palavras erradas pode ferir!
Marcelina conta: Ela descobriu um
segredo que eu guardava, Jucy. E preciso te contar, antes da cirurgia, pra que
possa me ajudar a controlar a situação. A Susana é filha do Tião, aquele que
acusaram ela de matar! Os motivos e detalhes são dispensáveis, mas...Quero que,
se eu não voltar...
Jucy: Quero que pare de falar dessa
maneira. O Dr. Ariano já falou que...
Marcelina a corta: Jucy!- Elas se
entreolham- Se Deus não quiser, nem os médicos vão ser capazes de me salvar! Se
eu não voltar, você tem que me ajudar a parar Susana, ou ela pode morrer! E EU
NÃO QUERO QUE MINHA FILHA MORRA! Liana, Alexandra, Marcus...TODOS PODEM MATAR ELA!
Jucy respira fundo: Eu vou falar com
o Munique e com ela, te prometo isso. Aliás, vou tentar ligar pra Susana. A
cirurgia começa logo e vocês precisam se ver- Ela sai- Já volto...
Ricardo entra: Dona Marcelina...Tá
chegando a hora! Desculpe, não sei o que dizer, mas não quero piorar tudo...Tá
precisando de alguma coisa?
Marcelina sorri: Cuida da Jucy e do
Caio, Ricardo. Você é um bom genro, nunca tive do que reclamar...Aliás, são só
elogios! Então posso te dar a chave de homem da casa, enquanto eu estiver
acamada, vegetando por aqui...Pode ser?
Ricardo se aproxima: Pode contar
comigo. Eu sei cessar as loucuras da Jucy e as brincadeiras do Caio. Mas logo
vou te devolver a chave, fica sossegada, aqui nesse hospital você não vai ficar
por muito tempo! E me perdoa pelo susto na área do corvo...Eu te considero
muito, dona Marcelina.
Marcelina, comovida: Não se envolva
mais com essa gente, Ricardo! Caminho do bem é o que há! Cuida de todos, seja
responsável, e não esquece que... A porta da lavanderia tá querendo emperrar
e...- Ela começa a chorar.
Ricardo vai abraça-la.
Cena 08- Monte Castelo Hotel/
Int./ Escritório/ Dia.
“Beijo o meu rival, mas é para o
sufocar.”
Jean Racine.
Susana dá um tapa em Marcus: NÃO
ENCOSTA EM MIM! Você não devia nem estar falando comigo, seu pérfido...Nós não
temos mais nenhum elo, todos você fez questão de queimar...O MUNIQUE É SÓ MEU
FILHO, E O ÚNICO MOTIVO DE EU ESTAR AQUI.
Marcus repete: EU NUNCA DEIXEI DE TE
AMAR! NUNCA!
Susana sai correndo: Você amou a
outra Susana. A que foi morta depois de parar na cadeia...A enganada- E abre a
porta, indo novamente rumo à saída, com um vingativo sorriso no bolso.
Mas esbarra em uma cadeira de rodas.
Alexandra, sem olhar para seu rosto:
DÁ PRA OLHAR POR ONDE AND...- Ela fica espantada ao se deparar com a figura da
mulher.
Susana se agacha para encará-la: Mil
perdões, Alexandra... Lhe incomodo?
Um misto de ódio, medo, nostalgia,
amargura e possessividade definem Alexandra, que fixa os olhos em Susana.
No meio do salão principal, entre
conversas e cumprimentos, um círculo de tensão se forma.
TERMINA O CAPÍTULO 27.

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