Elos- CAPÍTULO 30 (ESPECIAL).

Cena 01- Feio Horizonte/ Int./ Casa de Sula e Wagner/ Dia.

Ellen: Como assim? Vão viajar de repente?

Sula dobra algumas roupas: O Marcus disse que hoje à noite ia mandar alguém nos buscar, ou coisa do tipo. O fato, Ellen, é que vamos para Recife, encontrar o Munique. E ele não restringiu que eu levasse outras pessoas, então quero que vá também! Margot está lá!

Wagner tenta fechar a mala: Feio Horizonte já deu o que tinha que dar, Ellen, vem com a gente! Vamos conhecer as lindezas de Recife, poderemos ir na praia, comer os pratos típicos...Quase explodi de felicidade quando a Sulinha me contou que íamos pra lá! Realmente esse Marcus é bem legal, diferente do que eu ouvia falar sobre ele...

Sula: Também não é assim, Wagner. Você não entende de nada, e nem conhece o Marcus...Já eu tive o desprazer de vê-lo subir na vida de uma forma horrível- Ela se alegra- Mas tô indo pelo Munique, ele nos telefonou pouco, parecia ter medo de falar. Sinto falta de conversar com o Nique!

Ellen, receosa: Mas vocês tem certeza que posso ir? Vai ser ótimo rever minha filha, claro, só não quero problemas, nem pra vocês, nem pra mim!

Sula põe seu chapéu: Já disse que não tem problema, Ellen! Arruma suas malas, vem com a gente! Recife nos aguarda, e as crianças também! Lá você vai procurar o Luckas, e poder resolver a questão do corpo do Bruno!

Wagner: Não perde tempo, Ellen!! Suas malas já estão gritando, dá pra ouvir daqui!

Ellen sorri: Tudo bem, tudo bem, eu vou! E que tudo dê certo por lá! Mal posso esperar pra rever a Margot!

Sula a abraça: Eu tenho um pouco de medo, mas nutro fé que tudo vai se resolver! Se duvidar, até emprego podemos conseguir em Recife! Arrume tudo direitinho e volte a noite...

Ellen, agradecida: Obrigado por essa oportunidade, Sula. Até mais- Ela abre a porta e sai, radiando de felicidade.

Sula senta em cima da mala: Me ajuda a fechar aqui, Wagner!!

Ellen atravessa a rua e vai até uma quitanda. Ela não nota que está sendo observada por alguns bandidos, que usam binóculo, e se escondem atrás de uma árvore.

- Vamos continuar só na surdina. A noite a gente ataca, como Gaspar mandou- Diz um deles- Temos que queimar os dois. Sem dó alguma...

Na janela da casa, dá para ver Sula e Wagner dançando tamanha a felicidade apenas em imaginar o reencontro com Munique,

ELOS- CAPÍTULO 30- ESPECIAL.

Roteiro: Victor Morais.

Cena 02- Monte Castelo Hotel/ Int./ Salão Principal/ Dia.

Alexandra não altera a voz: Dá pra alguém ajudar essa pobre coitada? Parece que ela errou o caminho de casa e entrou aqui por engano, pior, esqueceu de tomar os remédios diários...

Suspiro: ESSA MULHER É UM LOBO EM PELE DE CORDEIRO! ELA COBRE TODA SUA VERDADEIRA FACE COM MAQUIAGEM CARÍSSIMA. É CRUEL E MANIPULADORA, CAPAZ DE PERVERSIDADES PRA NÃO SER DESCOBERTA! MAS EU JÁ DEIXO AVISADO QUE VOU FAZER DE TUDO PRA TE VER PRESA, OU MORTA!

Alexandra: Eu não admito ameaças no meu hotel, mas vou dar um desconto porquê dá pra ver pela sua aparência, querida senhora desconhecida, que não está em posse das suas faculdades mentais. Adoro falar isso...- Ela puxa Alencar- Dá pra você guiar essa mulher até a porta de saída? E dê pra ela uma pastilha também, gritou tanto que já beira a rouquidão.

Alencar, surpreso: Suspiro? O que tá fazendo aqui?

Andressa se separa da multidão e segue para seu quarto, ainda tocada com o que Suspiro dissera sobre a morte de Tião.

Munique, do andar de cima, vê Suspiro: Ela não se controlou...Que droga!- E desce as escadas correndo.

Alexandra se vira para os hóspedes: E vocês podem retomar as atividades que faziam antes dessa senhora chegar- Ninguém se mexe- Não me ouviram? O problema já foi resolvido! Ou vão me dizer que acreditam nela? Porquê se afirmarem isso, peço que saiam do meu hotel imediatamente!

Suspiro é carregada por Alencar: ASSASSINA! ELA VAI MATAR MAIS GENTE DAQUI PRA FRENTE! CUIDADO! CUIDADO COM ESSA MULHER!

Alencar: Cala a boca, Suspiro, ou todos nós perdemos o emprego se ela descobrir que somos próximos! Endoidou? Uma mulher como Alexandra não tem nada a ver com a morte da Dani! Ela é distinta!

Suspiro, lacrimejando: Você que pensa...Todos pensam...Mas eu conheço... A VERDADEIRA ALEXANDRA- Brada- A QUE FEZ MAL PRA SUSANA!

Marcus surge: Que rebuliço é esse, Alencar?- Ele vê Suspiro- Ouvi gritos, e gritos nunca são um bom sinal...

Alencar brinca: Na verdade, para quem procura alguém em meio a destroços e...

Marcus o cala: Que comentário idiota. Típico de alguém do seu nível. Perguntei o que aconteceu aqui. É DIFÍCIL RESPONDER?

Suspiro entra na frente de Alencar: Sua mulher mandou um grupo de bandidos violentos tirarem a vida da minha sobrinha, a resposta está satisfatória? Já avisei que não vou descansar enquanto ela não pagar! E pra isso não vou precisar de polícia ou coisa do tipo...Eu mesmo vou me vingar! Você também tá envolvido nisso? Hein? Mais um crime?

Alencar fica intrigado: Mais um crime? Como assim?

Munique chega: Suspiro! Meu pai não tem nada a ver com isso...- Ele pega em sua mão- Porquê veio pra cá? Devem estar aflitos te procurando, era pra estar descansando depois disso tudo...Eu contei o caso da Dani pro meu pai. Lembra que ele tava sendo roubado sem saber? Pois bem.

Marcus pigarreia: Sinto muito pelo que aconteceu...

Suspiro, ferina: Ninguém sente mais do que eu!

Munique: Calma, Suspiro, vamos conversar, nós três, numa sala mais reservada. Tenho certeza que temos muito em comum...- Ele repara em Alê observando tudo- Pai, pode ser no seu escritório?

Marcus, discreto: Claro que sim...

Munique conduz Suspiro: Vamos dar a volta e ir pelos fundos pra Alexandra não perceber. Em cinco minutos estaremos lá- Ambos saem.

Alencar: Eu não entendi nad...

Marcus sai andando: Não precisa entender, se fizer seu trabalho direito e evitar confusões já vai ser o suficiente!- Ele passa por Alexandra sem trocar nenhum olhar com ela, enquanto Alencar fica parado no meio do salão, que já estava disperso depois da confusão.

Cena 03- Hospital Recife/ Int./ UTI/ Maca de Marcelina/ Dia.

Marcelina acorda, ainda sem a posse de alguns movimentos e ligada à diversos tubos. Contudo, ela demora um pouco para lembrar do que lhe tinha acontecido. No quarto, nenhum sinal de enfermeira ou médico. Sua boca estava seca, e a matriarca dos Porto e Pompa não tinha coragem de guiar a mão até a região do estômago, pois sabia que ia encontrar um buraco, e cortes grandes.

De repente, enquanto Marcelina ainda está em um lento processo de reconhecimento, Guga sai do banheiro, com um papel em mãos.

Guga seca os dedos de uma das mãos, já que a outra era sustentada por um braço mecânico: Hospital chinfrim, não disponibiliza nem sabão no banheiro! E estamos na área da UTI! Capaz de pegar uma bactéria, mãe.

Marcelina fica horrorizada com a visão, mas nada diz.

Guga sorri: Tá me estranhando, dona Marcelina? Tenho certeza que ainda lembra do seu filho mais querido! As enfermeiras liberaram a minha entrada. Fiquei esperando a Jucy chegar, mas ela não veio, então sou, oficialmente, sua primeira visita! Escuto vozes felizes?

Marcelina tilinta o sino: ENFERMEIRAS!- Diz, parcialmente rouca- ENFERMEIRAS!

Guga: Ei, poupa a voz, mãe! Você acabou de fazer uma CIRURGIA! Veja que importante! Tem que repousar, só vim pra te ver mesmo...

Marcelina: E desde quando você se importa comigo, Guga? Que surto de bondade foi esse? Não queria que essa notícia chegasse aos seus ouvidos, mas vejo que algum bocudo foi contar...Só que mesmo assim não vou admitir deboche de sua parte! Vai embora, já me viu, então pode ir!

Guga, sentido: Tô debochando, por acaso? Que falta de consideração, eu venho te ver com toda pompa e circunstância, como nosso sobrenome sugere, eu sou receptivo e alegre, e assim que me devolve tudo? Cuidado com o carma, já ouviu falar nisso?

Marcelina, enraivada: Nem sei como estou deixando que dirija a palavra à mim, Guga. Me deixa em paz, não quero sua pompa, nem sua circunstância, muito menos sua receptividade! Sei que tudo isso é falso! Quer que eu relembre o que fez contra a minha família? Acho que não vai ser preciso, mas então, tudo que fez já é suficiente pra que eu nunca mais lhe veja com bons olhos pro resto da minha vida!

Guga: Ah, são águas passadas, mãe! Que coisa horrível isso que está falando de mim, assim me vejo como um monstro! Impressionante como todos insistem em lembrar o episódio do tribunal! Esquece isso nos arquivos, já se passaram 18 anos, hora de reatarmos tudo, e essa doença surgiu para esse fim! União!

Marcelina: Não me venha falar em união, Guga, eu não permito! Vai embora, não te considero mais da família há muito tempo, e também não quero esquecer nada disso! Você nunca vai ser perdoado. Saia antes que me faça mais mal...Essa doença já está fora do meu corpo, graças a Deus sobrevivi, e isso vai me fazer mais madura do que já sou! Tenho consciência das coisas, Guga...- Ela respira com dificuldades- Vai logo. Sai daqui! PARA DE FINGIR QUE SE IMPORTA!

Guga grita: Que ressentimento! Você não vai chegar ao céu desse jeito, mãe, já que se recusa a me dar o perdão...Eu vou sim, sem problema...

Marcelina, fria: Acontece que você não é merecedor de um ato tão nobre com o perdão...E DEUS, DEUS SABE DISSO! ELE ME ENTEND... AI, AI- Ela sente um nó na garganta- Nem deveria estar discutindo, eu quase passei pro outro mundo...Quero poupar ao máximo as palavras agora.

Susana entra, de luvas especiais, como manda a regra: Mãe?- Ela vê Guga- O que tá acontecendo aqui? Eu ouvi parte da discussão...

Guga cruza os braços: Não vai falar comigo, irmã?

Os dois se encaram. Marcelina respira fundo.

Cena 04- Haras Campestrini Ferrari/ Int./ Cozinha/ Dia.

Gian, totalmente seguro: Já que o gato comeu a língua do Luckas, eu mesmo vou contar o que descobri sobre ele...Parecem todos ansiosos!

Bárbara, interessada: Claro, ninguém sabe quase nada sobre Luckas. Naquele dia da rodoviária, eu não iria fazer uma entrevista completa com o garoto, ele estava exausto, e depois não tive tempo...Mas o que descobriu, Conde?

Fábio: Eu também quero saber...

Gian, olhando para o garoto: Eu descobri que...

Luckas, suando frio: Não fale isso...

Fernie: Anda logo! Fala!

Luckas fica à ponto de cair.

Gian sorri: Acontece que eu descobri que o nosso queridíssimo Luckas sabe tocar piano! Eu vi ele tocando no piano de vocês ontem à noite. Todos tinham saído! Foi lindo, cheguei a me emocionar.

Luckas dá um respiro de alívio.

Fernie: Era isso? Ora, Conde, qualquer um hoje em dia sabe tocar piano!

Miguel sai andando: Eu vou ver como está a égua que é melhor. Cada minuto conta! Venha Fábio- O idoso sai.

Bárbara se levanta: Tenho um encontro com um editor daqui a pouco, e se eu não me apressar, ele logo desiste. Não é desses com paciência. Aliás, Fernie, faz um favor, filha, e fala para a Iná tirar o doce de abóbora do armário e embrulhar. É um agradinho pro homem...

Fernie: Claro, mãe, vou aproveitar e pegar um pouco- Ambas saem.

Luckas limpa a testa: O que significa isso...- Ele treme- O que você quer comigo? O QUE TE FIZ?

Gian massageia a sobrancelha: Muitas perguntas pra um empregado...- Ele vai até o ouvido do rapaz- Acha que eu não percebi sua intenção aqui dentro? Tá querendo dar um golpe nos Ferrari, é isso?

Luckas: Do que você tá falando, Conde? Eu trabalho honestamente, eu...

Gian: Eu não sou idiota, Luckas. Mentiu pra dona Bárbara! Disse que não tinha família, mas a mamãe Ellen e a irmã Margot estão desesperadas atrás de você! Faz de tudo pra agradar o Fábio, e ainda tem conversas com a senhorita Fernanda...Dando passos curtos pra chegar no objetivo, né?

Luckas se defende: Você não entende os motivos que me fizeram vir pra cá, mas eu posso te explicar, só te peço que...

Gian torce a boca: Chega de conversa, Luckas, não vou acatar pedido nenhum! Sua máscara caiu, vou contar tudo- Ele dá um riso maligno- Vou contar seu segredinho pra dona Bárbara, para o Fábio, para o Miguel... TODOS VÃO SABER QUEM É O VERDADEIRO LUCKAS, VIVA! E aí...Você vai ser expulso!

Luckas implora: NÃO, CONDE, PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ ISSO COMIGO, EU TENHO QUE TRABALHAR AQ...

Gian: Como é belo ver alguém se humilhando! Mas a decisão está tomada. Só vou prolongar seu sofrimento um pouco mais, para que possa se torturar, para que gele, ou até para que tenha tempo de fugir, se for esperto... Quando a noite chegar, Luckas, as verdades vão ser ditas! Doa à quem doer.

Luckas pega no braço do nobre com toda sua força.

Gian se solta: Cuidado, ou eu grito tudo agora mesmo! Ande, faça uma despedida discreta de todos, fale que foi gratificante trabalhar no haras, e depois suma...SUMA! APROVEITE A MINHA BONDADE E VÁ EMBORA DAQUI, LUCKAS! Procura outra família pra aplicar seu golpe. Rato aproveitador, nojentinho...- Ele sai, lentamente.

Luckas fica assolado na sala, querendo chorar, sendo cutucado pelas palavras do Conde. Elas lhe atormentavam. E seu próprio pensamento dizia que ele devia agir.

Luckas, para si mesmo: Sair? Não, eu não vou sair daqui...Ele é quem vai... Uma viagem sem volta- A firmeza em sua voz é de assustar.

Luckas sai, determinado em matar o Conde.

Cena 05- Hospital Recife/ Int./ UTI/ Maca de Marcelina/ Dia.

Susana: Ele está te incomodando, mãe? Quer que eu chame o segurança?

Guga ri: Que falta de educação, Susana! Mas tudo bem...Ninguém me recebeu bem desde que cheguei...

Marcelina pede: Guga...- Ela aponta para a porta- Não prolonga mais isso.

Guga vai saindo quando Susana tem algo a acrescentar.

Susana, indignada: Esperou até que mamãe ficasse no estado mais frágil possível pra poder vê-la. Fingindo comoção. Que articulação cruel, essa, mas nem me espanto... É muita falta de vergonha na cara a sua visita! Você merecia estar com um câncer dentro do corpo, pra que te corroesse!

Marcelina, apreensiva: Susana, por mais que...Ah, não fala isso com ele.

Guga avalia a irmã por um tempo: Pelo menos eu me interessei pelo estado de saúde da nossa mãe, Susana. E você? ONDE TAVA? GARANTO QUE NÃO ESTAVA TRABALHANDO!

Susana lhe dá um tapa na cara: VAI EMBORA, GUGA, EU NÃO QUERO MAIS SUJAR MINHAS MÃOS NESSE TEU ROSTO PODRE! JÁ PERCEBEU QUE NINGUÉM AQUI CAI NO SEU TEATRO?

Marcelina tenta se levantar: PAREM, POR FAVOR!

Guga grita: VOCÊ NÃO PASSA DE UMA BAIXA, E SEM CONSIDERAÇÃO ALGUMA COM O ESTADO DE SAÚDE DE UMA RECÉM OPERADA! CRUEL É VOCÊ- Ele dá um irônico riso- E não é meu rosto que está podre...

Susana o empurra: SAAAAAAI!!! OU EU COMETO UMA LOUCURA AQUI MESMO!

Alguns enfermeiros chegam e tratam de separar os dois.

Enfermeiro: Mas o que é isso? Estamos em uma UTI? Tem noção disso? Não são permitidas visitas simultâneas, então peço que um dos dois se retire. Esse ambiente deve ser silencioso, vejam o estado de todos, que egoísmo da parte de ambos, gritando como se estivessem num lugar qualquer!

Guga: Já estava saindo, se essa mulher não resolvesse me provocar! Mamãe, nossa conversa ainda não acabou! Vou esperar que se recupere, pra dialogarmos melhor...Boa recuperação, desejo isso de coração, embora não acredite. Essas pedras que estão jogando em mim são injustas! INJUSTAS!

Guga sai, bem como os enfermeiros.

Marcelina tosse: Achei que não viesse...

Susana confessa: Pra falar a verdade, eu não ia vir, mas minha consciência me deu um telefonema alertando sobre as consequências de ficar sem falar com você...Não podia ter dito aquilo contigo, mãe. O remorso quase me consumiu. Parando pra pensar, enxerguei seus motivos...Notei que fez tudo pro meu bem. Espero que não tenha sido tardiamente.

Marcelina sorri: Claro que não, filha, eu também te falei umas palavras feias, e foi justamente num momento delicado pra mim. Doeu muito quando não te vi junto à Jucy e aos outros... Mas estamos aqui, estou bem, e vida que segue! Logo eu volto pra lavanderia.

Susana conta: A Suspiro está, aliás, estava tomando conta de tudo...

Marcelina: Estava? O que aconteceu com ela? Nem Suspiro, nem Peninha, nem ninguém da pensão veio me visitar... Estão ocupados demais ou esqueceram da idosa caquética aqui?

Susana fica aflita: A Suspiro...Vai vir ainda! Não se preocupa, mãe, por esses dias ela esteve um pouco atarefada, mas ninguém te esqueceu. Agora a Jucy tá comandando a lavanderia, com punhos de ferro, sabe como é...

Marcelina: Fico tranquila, e feliz com você aqui de novo- Ela pega na mão da filha- Tão linda...Aconteceu algo durante nossas férias que queira me contar? Ainda tô meio sonolenta, mas dá pra raciocinar, ainda mais depois desse agito com o Guga, que prefiro não comentar por enquanto...

Susana: Guga fez isso de apresentado, pra provocar, desestabilizar, mas somos mais fortes...- Ela muda o tom- Quanto a mim...Eu... Sei que não vai concordar, mas tenho que te contar que... Beijei o Marcus mãe. E com isso dou início minha vingança.

Ela repara que Marcelina está ressonando.

Havia dormido, por conta dos vários remédios.

Susana sai de perto, silenciosamente. Grata por ter poupado a mãe do previsto desgosto de saber sobre a vingança.

Cena 06- Monte Castelo Hotel/ Int./ Escritório de Marcus/ Dia.

Marcus, andando de um lado para o outro: Não restam dúvidas de que a Alexandra foi a mandante desse crime, Suspiro, e já não duvido de mais nenhuma acusação que façam contra ela...Mas não sei o que fazer pra que ela seja punida...

Suspiro, debruçada sobre a mesa: Queria dar uma surra inesquecível nessa mulher, fazê-la perder os dentes, pra que aprendesse...

Marcus: Bater nela não é a solução, Suspiro. Ela vai ficar com mais raiva, e sua vida pode ficar em risco...- Ele estrala os dedos- Temos que pensar em algo. Mas primeiramente...- O homem vai até a câmera do escritório e a desliga- Alê não pode sequer desconfiar que estamos conspirando contra ela, ou...

Munique, pensativo: Câmeras, câmeras...JÁ SEI! EURECA, como diziam antigamente! Nós temos que fazer com que a Alexandra confesse todos os crimes explicitamente, pra que uma câmera grave. E, para não correr risco, nós colocamos um gravador de voz pra recordar tudo também...

Marcus: É um bom plano, filho, mas a Alexandra não entregaria tudo de bandeja, ela é muito esperta...Logo sacaria tudo! A menos que fosse no calor da emoção. A confissão ia nos ajudar.

Munique sorri: É isso mesmo, pai! No calor da emoção, a Alexandra confessaria os crimes...Não sei se vai dar certo, mas temos que tentar! E a pessoa que consegue tirar nossa rival do sério com rapidez é ninguém menos que...

Marcus capta tudo: Andressa!

No quarto de Andressa...

Andressa, receosa: Já entendi o que querem que eu faça...Mas tenho medo de encarar a minha mãe sem mais nem menos, ela vai desconfiar, e o plano vai ruir! Fora que...Apesar de tudo, a Alexandra é minha mãe...

Munique: Sentimentalismo agora não, Andressa. Confia em mim, se te falo que a Alexandra cometeu vários crimes, é porquê tenho provas pra afirmar isso! O nosso pai também é testemunha...TEMOS QUE PARAR ESSA MULHER! Fazendo ela confessar suas bandidagens, vamos conseguir nosso objetivo. Ela merece a cadeia!

Marcus se aproxima dela: Filha, sabe que é por um bem maior... Pelo nosso bem. Alexandra não pode mais ficar nesse hotel. O único jeito de tirá-la daqui, de fazê-la pagar por tudo, é como Munique falou. Colabora conosco.

Andressa engole em seco: Tudo bem, pai. Vou colaborar, e fazer o meu melhor...Já sei o que falar pra deixar a mamãe furiosa...Cadê o gravador?

Munique e Marcus se entreolham, sorrindo.

Um pouco depois...

Cena 07- Monte Castelo Hotel/ Int./ Corredores/ Tarde.

Munique verifica se não há ninguém pela área e faz uma ligação: Alô? Mãe? Tenho uma ótima notícia...

Susana: Munique, nenhuma notícia é melhor do que a que tenho: Sua vó está bem. A cirurgia deu certo! Quando vem visita-la?

Munique, apressado: Não vou demorar, mas...Preciso que venha aqui. A Suspiro também tá no Hotel, se não percebeu...

Susana: Eu percebi. Rennê disse que ia atrás dela...Mas porquê quer que eu vá pro Monte Castelo agora? O que aconteceu? Algo com Suspiro?

Munique, confiante: Alexandra vai ser desmascarada, mãe. Já está tudo pronto. Vamos fazê-la confessar seus crimes, e entregar as provas pra polícia...

Susana se atenta: Como assim? Isso é arriscado, Munique! Marcus sabe?

Munique: Meu pai não aguenta mais ela...Ele tá ministrando tudo. Vem pra cá, é urgente, a vovó tá bem, como já disse...VEM! Quero que testemunhe tudo- Ele não esconde a felicidade.

Susana sai andando: Isso não tá me cheirando muito bem, Munique. Mas já tô indo...Espero que esse plano meio confuso dê certo- Ela balbucia- Até logo.

Munique, quase saltando: ATÉ!- Ele sorri- Vai dar certo...VAI DAR CERTO!

Quarto de Alexandra...

Alexandra, de luvas, abre um pequeno baú, onde está a arma com que Marcus tinha atirado em Tião anos atrás: Finalmente minha encomenda chegou...Tão mais eficaz do que o divórcio que Marcus quer!

Andressa bate na porta: Mãe? Posso entrar?- Ela tenta dissolver o nervosismo do rosto. O gravador está em seu bolso.

Alexandra, furiosa: O QUE VOCÊ QUER? É RÁPIDO?

Andressa insiste: Deixa eu entrar...É importante.

Alexandra coloca a arma no baú de novo e o cobre com uma manta. Arruma o cabelo e vai até a porta, já com a costumeira cara de reprovação: ESPERO QUE SEJA BREVE, ANDRESSA. TÔ OCUPADA- Ela espera a filha entrar e tranca a porta- Dá pra começar a introdução do tópico, querida? 3,2,1... Tô sem paciência...

Andressa pisca: Mãe...- As palavras empacam na garganta- Eu... Descobri uma coisa sobre você.

Alexandra ergue a sobrancelha.

Foca no nervosismo de Andressa.

Cena 08- Casa do finado Meton Grana/ Int./ Fim de tarde.

Rennê, ao telefone: Claro que eu posso te levar até o Monte Castelo Hotel, Susana...Só me dá cinco minutos e eu passo aí...É muito urgente?

Susana: Na verdade é sim, e juro que não queria te incomodar, posso muito bem pegar um ônibus, mas daqui do hospital pro Hotel é muito longe, e quando o ônibus passasse, já teria começado o trânsito das 18hrs...Se não puder, eu compreendo mesmo, nem sei porquê liguei...

Rennê sorri: Já falei pra não ser tão esquentada, Susana. Eu vou sim, piscou, eu chego! Até logo...- Ele pega suas coisas.

Saskia e Alencar chegam.

Rennê se olha no espelho: Já por aqui? Agora eu quem vou pro Monte Castelo Hotel?! Que desencontro.

Saskia, cansada: Fomos dispensados mais cedo hoje...Vai fazer o quê por lá? Quando não estou na cozinha pra preparar uns quitutes, você resolve ir, rapaz!

Rennê conta: Vou levar a Susana lá. Ela me pediu, parece que tem um assunto importante pra resolver e...

Alencar completa: E recorreu ao galã com seu lindo cavalo, digo, carango, pra ajuda-la. Essa mulher é do tipo aproveitadora, já percebi...Estão criando algum tipo de relação amorosa entre si? Não acho que seja recomendável!

Rennê: Susana é uma pessoa muito profunda, Alencar, ressentida, mas tem um bom coração e fico feliz que estejamos próximos. Eu gosto de conhecer gente nova, acho que vão gostar dela, posso trazê-la aqui...Mantendo bem longe da escada, obviamente.

Alencar sorri ironicamente: Acho que vou contratar um advogado de defesa pra poder me livrar dessas infames acusações, Rennê...Ainda bem que aquela tal Letícia não te procurou mais. Tava na cara a armação da bandida. Viu que tínhamos situação financeira confortável e iniciou um teatro pra tentar se fixar na família...Mas não deu certo!

Rennê suspira: Você só pulsa pra dinheiro, não é?- Ele sai- Volto logo, guardem uma quentinha pra mim.

Saskia liga a televisão: Olha só, chegou o aviso que coloquei na televisão pra me lembrar do documentário que vai falar sobre fertilização. Vai passar ainda hoje...Não se interessa, por isso, Alencar?

Alencar: Já repeti milhares de vezes que não. Não me interesso em filhos. Nossa família já está constituída. Eu e você, você e eu, como bem diz a música... Melhor se ocupar em assistir uma ficção cientifica, pra escapar da realidade.

Saskia: Pois eu me interesso em filh...- A campainha toca antes que ela conclua.

Alencar aplaude: Salvo pelo gongo de mais uma frase depressiva da senhora Caymmi- Ele vai até a porta- Rennê deve ter esquecido seus halls nível 5, e não pode beijar seu novo affair de mau hálito! Vai quebrar o sétimo mandamento dos galãs.

Ele abre a porta.

Arvô entra, com tudo: Caramba, sobrinho, ia me deixar fritar lá fora? Cinco da tarde e o sol ainda tá radiando aqui nesse mini-inferno! Alguém me trás água...E a propósito, como vai?

Alencar fica de queixo caído: TIO ARVÔ? PORQUÊ NÃO AVISOU QUE IRIA VIR?

Arvô ri: Pra fazer uma surpresa e obrigar vocês a verem meu rosto sedoso de supetão! EU VOLTEI. Cadê os fogos de artifício? BOOM BOOM BOOM!

Alencar e Saskia ficam sem reação diante de sua presença.

Cena 09- Feio Horizonte/ Casa de Sula e Wagner/ Int./ Fim de Tarde.

Ellen passa pela porta: Cheguei! Tô pronta, viajantes!- Ela coloca as malas no chão- Sula? Wagner?

Sula empurra a bagagem: Estamos aqui, Ellen! Acho bom tirarmos alguns itens desnecessários dessas malas, Wagner. Tipo o baú da sua bisavó, cheio de falsas joias...Não tem necessidade disso em Recife!

Wagner, com um aquário em mãos: E por acaso devo deixar aqui? Nossa casinha vai ficar abandonada, se alguém invadisse e pegasse o tesouro da minha bisa, jamais me perdoaria!

Sula olha no relógio: Marcus me telefonou de novo, disse que em meia-hora alguém vai vir nos buscar! Vamos tirar uma foto? Pra comemorar os novos ares que iremos respirar!

Wagner pega a câmera: Vamos! Vamos! Sou muito fotogênio!- Os três se juntam- Vou programar...Sorriam de ponta a ponta!

10,9,8...

Os bandidos cercam a casa. Eles espalham gasolina pela parte de fora. Com rapidez, ateiam fogo.

7,6,5...

Um deles põe fogo dentro da casa através de uma janela aberta. Quebram os vidros e o telhado: Não havia escapatória.

Sula percebe o fogo: O QUE É ISSO?

4,3,2,1...

Uma explosão acontece na casa. O fogo se espalha numa fração pequena de tempo. Sula, Wagner e Ellen começam a gritar. Esquecem da existência das malas e saem correndo, rumo a porta, que não queria abrir. O fogo chega na sala.

Ellen, horrorizada: MEU DEUS DO CÉU COMO ISSO ACONTECEU?!

Wagner tenta arrombar a porta: TEMOS QUE SAIR DAQUI! RÁPIDO!

Sula o ajuda: FOI ELA...- E grita- FOI A ALEXANDRA.

O fogo ronda os três, parece querer flechá-los. O trio se une. Wagner usa a camisa para tentar afugentar as labaredas, em vão. Pânico.

Sula começa a rezar: AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA...

Ellen: Não tem mais jeito...- Ela chora- Deus, não me deixe morrer sem rever meus filhos, por favor. EU CLAMO- Uma viga está prestes a ceder.

Sula pega na mão de Wagner e os dois se entreolham, em silêncio. No fundo dos olhos, não há terror, e sim uma fraternidade que os dois jamais deixaram de ter um pelo outro. Eles se acariciam.

A viga cai em cima deles. Estrondos. O grupo de criminosos foge de pressa. As chamas tinham consumido o local. Em poucos minutos, alguns carros de bombeiro chegam. Pessoas se aproximam. As mangueiras são acionadas.

Ao adentrarem na casa, eles encontram três corpos caídos, queimados, ao lado de um aquário em pé.

Cena 10- Haras Campestrini Ferrari/ Int./ Estábulos/ Noite.

Fábio cutuca Luckas: Rapaz, rapaz...Hoje você está muito aéreo! Eu disse que o senhor Miguel vai receber alguns amigos e resolveu fazer uma corrida amistosa de cavalos entre eles! Prepare os nossos amigos que cuidarei da terra.

Luckas, irritado: Tudo bem, Fábio...Já entendi!

Fábio: Tá tudo bem com você? Quer compartilhar algum problema comigo?

Conde Gian se achega à eles: Fábio, também vou participar da corrida de cavalos, reserve mais um cavalo pra mim! O melhor, se possível!- Ele acende um cigarro- O Luckinhas tá pálido! Algum problema, querido?- E sussurra em seu ouvido- O que tá fazendo aqui ainda? Eu já deixei bem claro meus propósitos...

Luckas, extremamente furioso: Estou ótimo, Conde.

Gian: Seu prazo tá acabando...- Ele sai- Miguel disse que logo vai vir, então se aprontem!! Vai ser uma noite divertida.

Fábio, suado: Preciso lavar meu rosto, Luckas, consegue manter tudo enquanto não volto?

Luckas, pensativo: Claro que consigo, Fábio- O idoso se retira- Vou acabar com esse Conde...E VAI SER HOJE! Não posso morrer na praia depois de tanto nado. Esse Senhor Soberba vai ter o que merece- Ele começa a rir- Acha que eu o temo...Maldito! MALDITO! MALDITO!

Luckas vai até um dos cavalos, que sabia ser o favorito do Conde. Ele dá uma vitamina para agitá-lo, em altas doses. Sem mostrar um pingo de arrependimento, ele ainda afrouxa a cela e faz de tudo para que o animal se sinta mal. O rapaz tem uma imensa felicidade e satisfação.

Pouco depois, Miguel, três amigos, o Conde e ainda Fernie chegam para a corrida amistosa. Fábio retorna também, revigorado.

Luckas tenta não rir, mas por dentro, sua perversidade lhe domina.

O Conde vai na direção do cavalo costumeiro, mas faz uma curva: Hoje vou variar um pouco...Quero montar no Royal.

Miguel escolhe o seu: Ele é um dos melhores que tenho, Conde. Senhores, sintam-se a vontade no meu modesto estábulo...Filha, vai participar?

Fernie se aproxima: Lógico, pai! Sou a única dama daqui, e mesmo assim vou ganhar desse bando de marmanjos. Querem apostar pra dar uma apimentada?

Miguel ri: Melhor não. Envolver dinheiro é sempre perigoso... Pro meu estimado bolso, inclusive.

Fernie vai até o cavalo agitado: Bem, me sobrou esse aqui! Luckas, me ajuda a subir?

Luckas se desespera.

Fernie acena pra ele: Luckas! Terra chamando...Não me ouviu?

Luckas, ofegante: Você não pode montar nesse cavalo, senhorita.

Fernie: Para de me chamar de senhorita, é claro que posso! ANDA LOGO, ME AJUDA A SUBIR NO APOLO!

O coração de Luckas acelera. O plano estava ruído.

Cena final- Monte Castelo Hotel/ Int./ Quarto de Alê/ Noite.

Alexandra: Sabe do quê, menina? O que sabe sobre mim?

Andressa, já mais segura: Você matou meu pai, Tião, não é?

Alexandra se surpreende: Quem te contou isso, Andressa? O papai Marcus? FOI ELE QUE TE ANDOU CONTANDO HISTÓRIAS DE TERROR SOBRE MIM?

Munique, Marcus e Suspiro monitoram elas pelas câmeras do hotel.

Andressa engole em seco: Mas foi você? Eu quero que confirme, que fale na minha cara! Você matou o Tião? Cometeu outros crimes?

Alexandra despista: Virou policial? Quer minha ficha, antecedentes? Melhor poupar sua salivinha...Se retira agora, tenho assunto importante pra resolver. O único crime que cometi foi... Esquece.

Andressa insiste: Fala, mãe! Eu preciso saber! MATOU MEU PAI? E aquela mulher que te acusou de assassinar a sobrinha dela? Era verdade?

Alexandra: CHEGA DE INTERROGAÇÕES, ANDRESSA! VAI EMBORA DAQUI, EU NÃO TE DEVO NENHUMA SATISFAÇÃO!

Andressa pega em seu braço: MATOU OU NÃO?!

Alexandra a empurra: ME DEIXA EM PAZ, GAROTA! PARA DE SER TÃO CHATA. SE FORMA NA POLICIA E VAI INVESTIGAR OS ASSASSINATOS!

Andressa bate o pé: Eu não saio daqui enquanto não me der uma resposta. Aliás, enquanto não me der TODAS as respostas que desejo. Se me confessar o que realmente aconteceu, eu saio daqui, pra sempre, e te deixo em paz. Saio hoje mais.

Munique comemora: Boa! A Andressa é genial!

Alexandra sorri: Como seria maravilhoso me ver livre de você, Andressa. Já reconhece sua inutilidade, não é mesmo? Mas não sou tão cruel, se sair daqui, eu pago sua passagem pra que vá até algum lugar decente na Europa. Vai te fazer muito bem...

Andressa: EU ACEITO, MAS DESDE QUE ME CONTE SE MATOU MEU PAI OU NÃO... FALA, MÃE! FALA!

Alexandra faz jogo: Melhor não, mas a proposta dos estudos está de pé! Que tal Londres!

Andressa explode: FALA!! FALA AGORA, MÃE...

Alexandra se estressa: CALA ESSA BOCA! Quer saber? Eu matei, matei o seu querido papai, há 18 anos atrás! Com um tiro! Mas fui tão esperta, que outra foi condenada no meu lugar! Sai impune graças a minha astúcia, Andressa, e por isso estou aqui. Nem preciso me mexer pra me livrar de meus inimigos. A moça? Dani, né?! Enfim, tá enterrada. Mortinha. Quis passar sobre mim, e se deu mal! O PRÓXIMO VAI SER O MUNIQUE! Satisfeita com a confissão? JÁ IDEALIZOU O MONSTRO QUE É A SUA MAMÃE?! Mas faço isso pelo meu próprio bem. Se eu não fizer, quem fará?

No bolso da jaqueta de Andressa, o gravador registra tudo.

Enquanto na sala de câmeras, Munique faz o mesmo, com a vantagem de ter as imagens. Ele e Marcus se abraçam. Era o trunfo-mór. Alexandra nem ao menos desconfiava.

Alexandra: Impressionada demais pra falar, querida? Então sai daqui. E quando digo pra sair, é do HOTEL, como prometeu há alguns segundos. Promessa é dívida, Andressa!

Andressa coloca a mão no bolso discretamente: É claro...Vou com muito prazer- Ela vai na direção da porta quando tropeça em algo e faz o gravador cair no chão.

Munique gela ao ver a cena na câmera: NÃO!

Alexandra esbugalha os olhos: O que é isso aí no chão?

Andressa não tem coragem de se virar. Já tinha perdido a cor.

Alexandra se aproxima: Agora é minha vez de exigir uma resposta, Andressa! O QUE É ISSO QUE CAIU NO CHÃO?

TENSÃO.

TERMINA O CAPÍTULO 30.